Os casos de contaminação por catapora (varicela) totalizaram 1.200 por ano, entre 2011 e 2014. Em 2015, houve redução para 440 casos, mas subiu de novo este ano para 531 contaminados até o mês de agosto. Três pessoas morreram com a doença em Boa Vista em 2011 e 2012. Do ano de 2011 até este ano, 164 internações foram feitas na Capital.
O mal que costuma ser banalizado pela população pode ser muito perigoso, conforme alerta a coordenadora de Vigilância em Doenças Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde, Thalita Siqueira. Segundo ela, trata-se de uma infecção sazonal, geralmente acometendo as pessoas nos meses de maio a julho de cada ano. As crianças são a maioria dos doentes em Boa Vista, contraindo a catapora na escola.
O problema está na facilidade da transmissão, por contato e pelo ar, que pode contaminar um grupo de risco: idosos, adultos e gestantes que convivem com a criança. “As crianças têm mais facilidade para pegar, mas a catapora é mais agressiva nos adultos, pois as bolhas podem aparecer na parte interna do corpo e entrar na corrente sanguínea”, disse Thalita.
PREVENÇÃO – Desde 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer para maiores de 15 meses e menores de 5 anos de idade a vacina tetra viral, que protege contra varicela e também caxumba, rubéola e sarampo. Ela reforça a dose de tríplice viral aos 15 meses de idade, que não incluía a varicela e já era aplicada em todo o país.
Thalita Siqueira afirmou que há procura pela vacina nos postos de saúde de Boa Vista, sendo que todas as unidades da Capital possuem a tetra viral. Para se imunizar basta ir a um posto, pois a vacinação ocorre em todo o ano e não somente em períodos de campanha.
A coordenadora também recomenda que a criança contaminada procure tratamento nas unidades de saúde e evite voltar à escola na fase de contágio do vírus, em torno de duas semanas. “As crianças na faixa etária foram imunizadas, mas em Boa Vista ainda há muita gente suscetível”, frisou.
CONTÁGIO – O vírus Varicela-Zoster é muito contagioso. Ataca principalmente crianças e no período do fim do inverno. É transmitido pelo contato com o líquido da bolha e objetos contaminados ou pelo ar, através de tosse e espirro. O vírus fica incubado de 4 a 16 dias e o contágio pode acontecer de 1 a 2 dias antes do início da doença e seis dias depois da fase de secura das bolhas na pele.
Os sintomas são manchas vermelhas e vesículas, principalmente no rosto, tronco e couro cabeludo, além de febre baixa, perda de apetite, dor de cabeça, cansaço e mal-estar. Quando as vesículas secam, coçam, podendo gerar outras infecções caso as unhas e objetos usados não estejam devidamente limpos.
Para diminuir a coceira, o Ministério da Saúde recomenda compressas de água fria e antialérgicos. Para a infecção em si devem ser tomados analgésicos e antitérmicos para a dor de cabeça e febre. Ao fim da catapora, o vírus permanece pelo resto da vida no corpo da pessoa, tornando-a imune a novas infecções e reaparecendo na forma de Herpes-Zoster, o “cobreiro”. (NW)