Com base em dados estatísticos da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) da Polícia Civil do Estado, entre abril e maio deste ano 18 casos de homicídio foram registrados. O número corresponde a 10 crimes de homicídios consumados, sete tentativas de homicídio e um crime de latrocínio, roubo seguido de morte. A titular da DGH, delegada Elisa Mendonça, explicou que para as estatísticas são considerados homicídios os latrocínios e as tentativas também.
Apesar do número, a secretária adjunta da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), Haydèe Magalhães, informou que ações integradas estão sendo desenvolvidas com as forças que integram a segurança pública do Estado para reduzir as estatísticas. “A Civil e a PM já agem de forma integrada para minimizar a impunidade”, disse. Ela ressaltou que, apesar de não alcançarem punição para a totalidade, uma vez que há crimes que não conseguem ser elucidados, os que são esclarecidos são penalizados.
Haydèe informou que a Sesp está trabalhando de forma integrada com a Polícia Militar, Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros, o que vem facilitando e ajudando na elucidação dos casos. Além disso, a adjunta frisou que, em razão da parceria com a Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania (Sejuc) e com a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), mais ações foram planejadas para combater e reprimir o crime.
“A questão do homicídio é uma questão de saúde pública. O homicídio é um dos fatores que representam a condição social, o tipo de relacionamento e também a busca de cidadania”, relatou. Haydèe disse que, diante do cenário, políticas públicas devem ser implementadas para reprimir não só o crime, mas buscar dentro do contexto social formas para evitar que pessoas caiam na criminalidade, o que é o difícil.
Segundo a adjunta, nesse viés a Sesp tem programas como o Sétimo Mandamento, que está em andamento e Crack: É possível Vencer, quando são realizadas medidas de prevenção e assistência social. A secretária destacou operações como a Babilônia, para a pacificação no Beiral. “Tudo isso pra reprimir o crime que é desencadeado principalmente pelas drogas. As condições sociais determinam a criminalidade”, informou.
Para Haydèe, o assunto é complexo, sabendo que o homicídio é um tipo de violência criminal e que a violência em si é multifacetada, um objeto complexo de investigação. Ela relatou que, com os órgãos irmanados, é que as polícias estão conseguindo minimizar a situação. “Não podemos desistir, sem contar que a estrutura não é adequada, nunca trabalhamos na zona de conforto, sempre precariamente por conta da estrutura da instituição”, frisou. (A.G.G)
Polícia Civil diz que está dando resposta positiva com as investigações dos casos
Conforme os dados registrados pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) da Polícia Civil do Estado, dos 18 crimes das estatísticas de homicídio, 15 foram elucidados. De acordo com a delegada Elisa Mendonça, o que a Polícia Civil tem feito é tentado dar o máximo de celeridade quando o crime acontece, uma vez que a função do órgão é atuar após o crime acontecer.
“Atuamos para investigar e descobrir as circunstâncias em que o crime foi cometido. Identificamos o autor, finalizamos o inquérito e mandamos à Justiça para então darem andamento, o que significa oferecer a denúncia e iniciar o processo criminal para o julgamento. O que temos feito e a estatística mostra é que estamos dando uma resposta, verificando autoria, finalizando inquéritos com relatórios robustos para poder não favorecer a impunidade”, explicou.
A delegada acredita que as ações não deixam de ter um reflexo na repressão. De acordo com ela, se o bandido sabe que estão concluindo inquéritos, prendendo e representando prisões preventivas e temporárias, busca e apreensão, essa ação não deixa de ser uma forma de intimidar para que o crime não aconteça novamente.
Para Elisa, o Brasil e o mundo estão inseridos no contexto de que há contingenciamento de despesas, já que não há muito dinheiro para investir. Segundo a delegada, a Polícia Civil busca, na medida do possível, solucionar de forma rápida porque sabe que o tempo é inimigo. “Se você demora muito para solucionar é mais trabalhoso, pois testemunhas e provas são perdidas, testemunhas afastadas, mudam de ideia, esquecem, mudam de cidade”, disse. (A.G.G)