Cotidiano

Economista acredita que não haverá impacto para Roraima

Economista acredita que não haverá impacto para Roraima Economista acredita que não haverá impacto para Roraima Economista acredita que não haverá impacto para Roraima Economista acredita que não haverá impacto para Roraima

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

O governo brasileiro divulgou a remoção de quatro diplomatas e 11 funcionários brasileiros de sua embaixada em Caracas, dos consulados em Caracas e Ciudad Guayana, e do vice-consulado em Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil. Diante dessa situação, economistas e empresários falam da preocupação no que se refere às relações comerciais e diplomáticas entre o estado de Roraima com o país vizinho.

Para o economista Getúlio Cruz, a falta de reconhecimento do Brasil em relação ao governo Maduro e da própria falta de relacionamento comercial anula um possível impacto. Em sua avaliação, a retirada dos funcionários brasileiros representa a consolidação de um processo de rompimento total entre os países, que começou com a declaração de reconhecimento de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (AN), de maioria opositora.

“A partir daí [da declaração], não se pode falar de qualquer relacionamento do Brasil com a Venezuela. Então é natural que se retire toda a equipe diplomática do país vizinho. O único relacionamento que ainda existia era a compra de petróleo e a importação, pela Venezuela, de gado. Para nós, em Roraima, o comércio que se faz é do tipo “formiga”, que não passa pelos controles alfandegários normais”, explicou.

Getúlio Cruz acredita que a falta de relação entre os países pode prejudicar a ambos e, no Brasil, principalmente Roraima. Um exemplo é o Linhão de Tucuruí que, atualmente, está abandonado. “E não terá energia tão cedo, enquanto as relações não sejam normalizadas. Outro problema é que não se reconstruiu nada em cima disso, já que Guaidó, reconhecido pelo Brasil, não tem poder nenhum na Venezuela enquanto presidente”, disse Getúlio Cruz.

Roraima exportou U$ 10 mi para Venezuela em fevereiro

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomércio-RR) acredita que ainda não se pode mensurar o efeito da decisão. 

A Venezuela é o principal parceiro do Brasil, e de Roraima, no quesito exportação de produtos como arroz, açúcar e óleo de soja. Vendemos U$ 10,2 mi, sendo o açúcar o produto mais comercializado, seguido de óleo de soja e depois preparação alimentícia para produtos de panificação.

Somente em fevereiro deste ano, foram exportados mais de nove milhões de dólares para a Venezuela, o que representa cerca de R$ 40 milhões este ano. No ano passado, as exportações foram equivalentes a todas as saídas somadas dos últimos 16 anos. “Não necessariamente vai interferir nessas relações comerciais, mas pode estremecer, até porque não se sabe se a ação diplomática vai ter um efeito na área empresarial”, explicou o economista Fábio Martinez.

O presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima, Eduardo Ostreicher, informou que vê com preocupação a saída desses funcionários da embaixada e dos consulados. “Quanto às relações comerciais, até o presente momento não foram afetadas, mas sempre há uma preocupação, como a que ocorreu com o fechamento da fronteira no início do ano passado”, ressaltou. “No mês passado, batemos recorde em exportação de produtos feitos comercializados pelas empresas de Roraima à Venezuela. E espero que continuemos assim, nessa parceria comercial com a Venezuela”, comentou o presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima.

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