Cotidiano

Dia Mundial do Diabetes passa em branco

Em outras épocas, data teve palestras e testes gratuitos em vários locais, mas este ano o feriado prolongado foi a justificativa para não haver nada

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O Dia Mundial da Diabetes não teve nenhum evento em Roraima este ano, por causa do feriado prolongado. No ano passado, foram feitos testes de glicemia, palestras e distribuição de panfletos sobre prevenção da doença na Praça Capitão Clóvis, Centro de Boa Vista; além de ações nos postos municipais de saúde e na Feira do Passarão, no bairro Mecejana na zona Oeste.

A doença, que em Roraima teve 37.876 casos em 2015, atinge mais de 13 milhões de pessoas em todo o país (6,9% da população). É a insuficiência da produção de insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas para digerir a glicose, substância presente principalmente no açúcar e que fornece energia para o nosso corpo. Sem a insulina, a glicose passa por todo o processo digestivo sem ser quebrada, entrando na corrente de sangue e gerando danos nos órgãos e até nos nervos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, os primeiros sintomas se parecem com os de outras doenças mais leves: inchaço, perda de sono, falta de apetite, dor de estômago, fraqueza e dificuldade de concentração. Para detectar a diabetes, deve-se fazer uma vez por ano exames de glicose e de albumina, uma proteína despejada pela urina.

Se não tratada, o diabetes pode gerar consequências graves devido ao descontrole do nível de glicose no sangue: pedras nos rins, dores nas pernas, glaucoma, catarata, rachaduras, micoses na pele e neuropatia (quando é necessário amputar uma parte do corpo porque não está respondendo adequadamente). No entanto, é possível conviver com ela adotando dietas e exercícios físicos, além da medicação.

TIPOS – A diabetes tipo 1 é genética e acontece quando o sistema imunológico por engano não permite que a insulina seja liberada para o corpo, ficando retida no sangue. Ela aparece antes da fase adulta e é mais rara. O tipo 2 acomete 90% dos pacientes de diabetes, que geralmente são adultos.

Há ainda a diabetes gestacional, quando o bebê é exposto a altas doses de glicose após a mãe não conseguir produzir insulina o suficiente. A consequência é um risco maior de o bebê nascer muito grande e desenvolver obesidade e diabetes na fase adulta.

Para desenvolver o diabetes tipo 2, além de algum registro da doença nos pais ou irmãos, as pessoas também têm que ter pouca tolerância à glicose, pressão e colesterol altos; estarem acima do peso; terem doença renal crônica ou ovários policísticos; terem tido bebê com mais de quatro quilos ou diabetes gestacional; distúrbios psiquiátricos como a depressão e o transtorno bipolar; apneia do sono.

SUS – Quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) para se tratar de diabetes, precisa ser avaliado por um clínico-geral nos postos do município. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), constatada a necessidade do endocrinologista, que é o médico especializado em doenças como a diabetes, o paciente é encaminhado à Clínica Especializada Coronel Mota (CECM). A equipe do sistema municipal Saúde da Família faz acompanhamentos mensais aos diabéticos registrados em cada microárea.

Segundo a Portaria 2.583/07 do Ministério da Saúde, é obrigação do SUS oferecer para o monitoramento da glicemia (o chamado monitoramento capilar, que nada mais é do que o pequeno corte feito no dedo) os remédios glibenclamida 5 mg comprimido; cloridrato de metformina 500 mg e 850 mg comprimido; glicazida 80 mg comprimido; insulina humana NPH;  insulina humana regular; além de seringas com agulha, tiras que reajam ao sangue e lancetas, que são os objetos que perfuram o dedo.

Segundo a Sesau, os medicamentos e insumos para os diabéticos de Roraima são adquiridos pelos municípios desde 2013, depois da 9ª Reunião Ordinária da CIB (Comissão Intergestores Bipartite) em Roraima. “Na ocasião, chegou-se a um acordo para que os municípios ficassem responsáveis por alguns dos medicamentos disponibilizados pelo SUS. Por ano, o Estado controla R$ 5,10 por habitante, recebidos do Ministério da Saúde, para comprar remédios e outros insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica do Estado de Roraima. Os outros R$ 2,36 por habitante ficam com as prefeituras, para o mesmo fim”, diz em nota.

Porém, quando a demanda é alta, o Estado oferece a insulina NPH, a Regular e a Lantus, esta última não sendo obrigação do SUS. A glicemia também é medida em eventos itinerantes da Secretaria de Estado de Saúde como a Caravana do Povo.

Em Boa Vista, a maioria dos pacientes é idosa. Os números estarão disponíveis após um levantamento para o novo Cadastro Único E-SUS.

CASO – A mãe do professor Gleidson Teles descobriu a doença já idosa, após um exame de rotina. Boa parte dos remédios são conseguidos pela Farmácia Popular, associada ao SUS, precisando que ela tome alguns comprimidos todos os dias. Porém, ela não chega a precisar de injeções de insulina, levando uma vida normal.

“Mas a minha avó tinha a glicose disparada. Como ela tinha uma alimentação ruim e foi usuária de álcool, teve problemas renais e de visão, e perdeu parte de um dedo. Ela tomava insulina injetável e quem aplicava era eu. A insulina injetável é o último caso, quando já não se consegue controlar a doença por comprimidos”, relatou. (NW)

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