A transferência de recursos das loterias para unificação do sistema de segurança foi autorizada através de Medida Provisória (MP) assinada no início da semana passada pelo presidente Michel Temer. A criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) tem gerado insatisfações de desportistas em todo o país.
A medida ainda depende de aprovação do Congresso Nacional. Mas representantes de entidades esportivas já se posicionam de forma contrária. Após o anúncio da proposta, lançaram um manifesto endossado por representantes de todos os estados.
Segundo o diretor do Instituto de Desporto do Estado de Roraima (IDR), Olano Matos, se acaso a media for referendada pelo Congresso Nacional, o Ministério da Segurança Pública deve ficar com R$ 800 milhões que, inicialmente, deveriam ser utilizados em programas de desenvolvimento esportivo no país.
“Não temos dúvida de que, caso seja aprovado, este remanejamento de recursos será prejudicial para o esporte escolar e universitário, de forma abrangente.
O investimento no esporte é irrisório e sabemos o quanto é importante para ajudar na vida de crianças, jovens e adultos. Ficamos decepcionados com esta Medida Provisória já que os investimentos, principalmente em Roraima, são escassos e vai afetar o desenvolvimento de projetos nesta área”, avaliou.
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Olano destacou como consequência negativa a redução da participação de atletas em torneios nacionais. Segundo ele, atividades financiadas com esses recursos não terão como ser desenvolvidas, já que a maioria das competições era bancada com os repasses destes valores. Ele destaca que o apoio de grupos empresariais não cobre a despesa com competições realizadas em várias capitais.
“Teremos uma redução significativa na participação de atletas das unidades escolares e universitárias tendo em vista o cancelamento de competições tradicionais que dependem deste recurso para serem realizadas. A Confederação Brasileira de Desporto Escolar e a Confederação Brasileira de Desporto Universitário serão também afetadas”, disse.
MANIFESTO – Ao avaliar a edição desta medida provisória, Olano observou ser possível, através de um planejamento criterioso, o remanejamento de recursos de outros programas e manter o atual crédito previsto no Ministério do Esporte para o desenvolvimento das atividades desportivas programadas para 2018.
Inconformado com a situação e pela não valorização do esporte, o diretor do IDR informou que a entidade local vai integrar o manifesto que contém a participação de várias federações, clubes, atletas, sindicatos e agremiações de todo o país.
“É a forma que temos de nos unir e dizer não à medida que pretende retirar recursos de uma das pastas mais importantes para o desenvolvimento do esporte em todo o país, onde a cada ano damos aos jovens a chance de competirem em grandes eventos nacionais”, destacou. (R.G)
