Cotidiano

Desfile reúne 30 mil pessoas na Capital

Sob forte sol, boa-vistenses prestigiaram o tradicional desfile na Avenida Ene Garcez, no complexo Ayrton Senna

Para comemorar os 194 anos da Independência do Brasil, o anual desfile de 7 de setembro reuniu, na manhã de ontem, cerca de 30 mil pessoas na Avenida Ene Garcez, no complexo esportivo Ayrton Senna, no Centro de Boa Vista. O evento começou por volta das 8h e contou com a presença de quase mil alunos de 36 institutos e escolas municipais, estaduais e particulares, além de militares do Exército Brasileiro, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, bem como integrantes da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Guarda Municipal.

Esta foi a segunda vez que o estudante Pedro Vítor, de 14 anos, participou do desfile cívico. À Folha, ele relatou que o segundo ano foi melhor que o primeiro, apesar do calor que teve de enfrentar. “Eu pude aprender mais sobre a História e fiquei ansioso desta vez. Aí isso me ajudou, fiquei muito feliz de ter desfilado. Só não gostei do calor”, disse.

A mãe do estudante, Cristine Paiva, lembrou que já esteve no lugar do filho. Ela contou que a tradição é de família, passada de geração a geração. “No começo, ele não gostava, mas começou a descobrir mais sobre a História e passou a querer participar por livre arbítrio”, relatou. Ela disse que incentiva a participação do filho para que ele saiba a importância da liberdade ao país. “Toda liberdade deve ser comemorada”, frisou.

Após o desfile, a governadora Suely Campos (PP) ressaltou a importância do desfile para Roraima e o Brasil. “Nesses 194 anos de independência, o nosso Exército Brasileiro, juntamente com o governo e demais instituições, promovem esse belo desfile. Comemoramos pelos avanços que o Brasil alcançou e devemos comemorar também os avanços do nosso Estado. É um momento de, mais uma vez, incentivar o sentimento de amor ao Brasil”, frisou.

O comandante da Base Aérea de Boa Vista, Régis Peroba, relatou a importância do desfile de 7 de setembro para a população e para a Força Aérea Brasileira. “É um evento muito importante do calendário anual, lembrando a História e os feitos dos nossos antepassados. Para nós, da Força Aérea Brasileira, é uma satisfação muito grande poder participar do evento. Todo ano temos a tropa passando aqui e participando junto com a sociedade civil nos momentos históricos brasileiros”, disse.

Para o comandante da 1ª Brigada de Infantaria da Selva de Roraima, general Algacir Polsin, é preciso que as pessoas comemorem o aniversário de independência do país. Para ele, é uma satisfação fazer parte do desfile. “Nós participamos desse evento cívico-militar com a participação de várias agências. É um momento que fazemos uma análise retrospectiva de tudo que foi feito, como chegamos aos dias de hoje, qual a situação atual e o que queremos do Brasil para o futuro”, frisou.

Além das entidades, também desfilaram representantes dos programas da Igreja Assembleia de Deus, Maçonaria de Roraima, Roraima Moto Clube, Clube do Fusca e os atletas da Liga Roraimense de Karatê Interestilos, que recentemente participaram do Campeonato Mundial de Karatê, que ocorreu em Jakarta, na Indonésia. (A.G.G)

Grito dos Excluídos protesta contra as injustiças sociais

Paralelamente ao desfile de 7 de setembro, o Grito dos Excluídos se tornou o símbolo da luta dos movimentos sociais e sindicais contra as desigualdades existentes no País. De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente 250 pessoas, entre representantes de organizações sindicais, movimentos sociais e pastorais da Igreja Católica, participaram do evento.

Em sua 22ª edição, o evento trouxe na manhã de ontem o tema “Este Sistema é Insuportável: Exclui, Degrada e Mata”, uma crítica ao atual sistema capitalista, que cada vez mais tem retirado os direitos da classe trabalhadora.

“Como bem ressaltou o Papa Francisco, este é um sistema que visa à busca incessante pelo lucro, e isso vem fazendo crescer a exclusão social, o aumento da pobreza na sociedade. Por esse motivo é que buscamos combater essas injustiças, mostrar que a sociedade unida é capaz de lutar pela permanência dos seus direitos”, ressaltou um dos coordenadores da ação, Antônio Neto.

Os manifestantes fizeram uma caminhada pelo Centro Cívico, passando pela frente da sede da Assembleia Legislativa (ALE-RR), do Tribunal Justiça (TJRR) e do Executivo estadual, terminando o percurso na Praça de Cultura, atrás do miniterminal do Centro, na Avenida Ene Garcez. Além de uma faixa, onde os participantes registraram suas indignações, houve um protesto contra o recém-empossado presidente da República, Michel Temer (PMDB).

“Enquanto seções, nós temos nossas diferenças, mas na atual situação que o País enfrenta, com a ameaça constante de retirada de direitos, é fundamental que façamos a construção de uma luta conjunta. Uma ação que mostre ao governo que os direitos do trabalhador precisam ser respeitados”, disse a representante da Seção Sindical dos Docentes da UFRR, Adriana Gomes. (M.L)

Servidores do Samu/BV denunciam que foram proibidos de participar de desfile

Representantes do Sindicato dos Motoristas e Condutores de Ambulância do Estado de Roraima (Sindmcaerr), procuraram a Folha, na manhã de ontem, para denunciar que a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) proibiu os servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de participarem do desfile cívico de 7 de Setembro, que teve como um dos organizadores o Governo do Estado.

Segundo o presidente do sindicato, Robson Avelino, a prefeitura impediu os servidores alegando que a participação daria méritos ao Governo do Estado. “A secretaria do município usou do abuso de poder e queria que o Samu desfilasse separado dos demais por não querer dar mérito ao governo, mas isso não é questão de política, é um momento cívico”, disse.

Ele afirmou que a Secretaria de Saúde ameaçou demitir os servidores que desobedecessem à ordem. “Tinha familiares desses trabalhadores que estavam aguardando o momento cívico e souberam que eles foram proibidos de desfilar e até seriam demitidos. Por isso acabaram não desfilando”, denunciou. “A categoria de Boa Vista foi proibida de desfilar junto com o Samu de outros municípios e do Estado, porque a Secretaria queria um pelotão somente dela para portar a Bandeira de Boa Vista”, declarou.

Ele classificou a atitude como abuso de poder. “Deveria desfilar todo mundo junto. Somos uma autarquia só, composta por condutores de ambulância, técnicos, enfermeiros e médicos, então não tinha porque o município sair só”, frisou.

PREFEITURA – A Prefeitura de Boa Vista esclarece que é a favor de todo ato cívico e que apoia seus servidores no exercício da cidadania, mas que a denúncia não procede. Disse que a equipe do Samu foi convidada pela Central de Regulação, administrada pela Secretaria de Estado de Saúde para desfilar no mesmo pelotão. “No entanto, a equipe do Samu/BV, representando Boa Vista, foi impedida pelo Estado de levar a Bandeira do município”, frisou.

“Diante desse claro abuso por parte da Regulação Estadual, a equipe do Samu/BV decidiu não mais participar do desfile deste ano. Esperamos que em uma próxima oportunidade os direitos de profissionais e munícipes sejam respeitados e que possam levantar a bandeira da cidade que representam”, complementou a nota.

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