Cotidiano

Decisão do STJ beneficiará cerca de 1.500 trabalhadores em Educação

O processo, iniciado em 1990, diz respeito a uma diferença salarial dos servidores do ex-território

Decisão do STJ beneficiará cerca de 1.500 trabalhadores em Educação Decisão do STJ beneficiará cerca de 1.500 trabalhadores em Educação Decisão do STJ beneficiará cerca de 1.500 trabalhadores em Educação Decisão do STJ beneficiará cerca de 1.500 trabalhadores em Educação

O Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, decidiu manter a redução do Imposto de Renda devido pelos professores representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter/RR) na Reclamação Trabalhista 054 de 1990. Na decisão, o Ministro determinou que o imposto sobre os créditos recebidos pelos substitutos do Sinter seja recolhido de acordo com as alíquotas e faixas de isenção válidos no período a que se referem os fatos, no caso, o ano de 1990.

Conforme relato do diretor do Departamento dos Servidores Federais do Sinter, Ornildo Souza, o processo iniciado em 1990 diz respeito a uma diferença salarial. À época, o Governo Federal deu uma diferença salarial aos servidores civis e excluiu os ex-territórios. Quando contemplados, em 2011, o pagamento ocorreu de forma parcial devido à cobrança de 27,5% do Imposto de Renda. “Foi uma cobrança indevida. Entramos com ação porque entendemos que era pra ter sido cobrado o imposto de acordo com a época”, justificou.

Souza explicou que, diante da ação, o Governo Federal recorreu junto ao Ministério da Fazenda e, posteriormente, ao STJ. “O Ministro Benedito Gonçalves observou que não podem nos taxar em cima do montante produzido, e sim da alíquota mês a mês, porque o imposto era bem menor que 27%”, disse. Apesar de haver prazo para o Governo entrar com recurso interno, o diretor ressaltou que o Sinter vai esperar que o Ministro mantenha a atual posição e libere os recursos à classe trabalhadora.

Segundo o presidente do Sinter, Flávio Bezerra, a 1ª Ação da Isonomia, referente à solicitação feita, vai beneficiar cerca de 1.500 trabalhadores em Educação representados pelo sindicato que tiveram no seu CPF o desconto de 27,5% quando receberam o precatório, em 2011. “Após o recebimento parcial, entramos com uma ação contra o imposto cobrado e agora, mais de 20 anos depois conseguimos que a alíquota seja reduzida e cobrada com a devida taxa, sem juros e correções”, relatou.

Para o assessor jurídico do Sinter, Bernardino Dias, a decisão foi sensata e só ratificou o que já havia sido decidido, tanto em 1ª instância, como no Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11ª AM/RR). Ele ressaltou que o sindicato entrou com uma antecipação de tutela para que o valor total ficasse em uma conta remunerada. “Se não tivesse isso, depois de toda a caminhada ainda teríamos que aguardar entrar no orçamento e depois restituir. Como o valor está lá, no momento em que ocorrer o trânsito em julgado dessa ação, o pagamento vai sair”, finalizou. (A.G.G)

Professores comemoram decisão judicial

Com a decisão judicial anunciada, as professora Rosimeire Queiroz e Angelita Castelo Branco tiveram motivos para comemorar. Segundo Rosimeire, as condições em que a educação do país se encontra não é mais segredo. “Esse imposto era pra ser usado em benfeitorias ao nosso trabalho, mas percebemos que a educação só serve para discurso de político. Muitas vezes o professor precisa pagar para ensinar”, enfatizou.

Para ela, os professores deveriam ganhar isenção de impostos, tendo em vista que o Governo não investe no setor. A professora destacou que, quando há greve, os profissionais só desejam justiça para a educação, desde o Ensino Infantil ao Universitário, bem como incentivo à pesquisas. “A gente luta pra receber, eles tiram por meio de um desconto sem fundamento, e depois temos que lutar para que eles reconheçam que erraram”, lamentou.

De acordo com a professora Angelita, a ação foi ganha tarde, mas em boa hora. “Estamos felizes por se tratar de uma causa que lutamos há anos. Sabemos que ainda pode haver recurso, mas como está segura a decisão do Ministro, estamos felizes por saber que temos chance de receber o dinheiro este ano”, afirmou. (A.G.G)

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