Cotidiano

CRM não deveria ter interditado todas as cirurgias, diz MP

A promotora de Defesa da Saúde do Ministério Público Estadual (MPRR), Jeanne Sampaio, informou que não havia necessidade do Conselho Regional de Medicina (CRM) ter deixado de realizar todas as cirurgias, por conta da interdição ética no HGR (Hospital Geral de Roraima) e na Maternidade Infantil Nossa Senhora de Nazareth.

A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira (25), durante coletiva a imprensa, no Espaço da Cidadania do Ministério Público. 

“Havia sim a possibilidade de realização de cirurgias, não de todas. Pequenas cirurgias, as de baixa complexidade, como histerectomia, biopsia, hérnia, bucomaxilofacial poderiam ser feitas porque ainda tinha materiais e insumos”, disse Jeanne, comentando que o fato de dizer que não tem material e medicamento, não significa que não tenha para todas as cirurgias.

Jeanne ressaltou que na ação civil pública consta que cerca de 8 mil pacientes aguardam por cirurgias. “A compra que acontece agora é emergencial e estamos acompanhando, assim como também os processos das licitações”, garantiu.

“Governo terá um cronograma com prazos para cumprir essas ações. Caso contrário, temos a garantia do pagamento de uma multa fixada pelo descumprimento do acordo judicial, inclusive multa fixada para a empresa que no final passado deixou de entregar os itens essenciais para funcionamento do HGR e da Maternidade”, esclareceu a promotora.

Mutirão de Saúde – Também na manhã desta segunda-feira (25), o secretário estadual de Saúde, Ailton Wanderley, afirmou que as cirurgias serão retomadas no período noturno e durante um mutirão de saúde, esta semana, para dar vazão as cirurgias. “Na maternidade são 200 e no HGR são 400 cirurgias aguardando atendimento. Pelo SUS [Sistema Único de Saúde] são aproximadamente 5 mil”, disse.

Wanderley comentou ainda que  o mutirão de cirurgias atenderá a região Sul do Estado, no Hospital Regional Sul de Rorainópolis.

Ele informou que os materiais adquiridos por meio de contrato emergencial estão chegando e que o processo de licitação está acontecendo, o que garantirá a regularização da falta de medicamentos e insumos. “Já recebemos materiais ortopédicos, para cirurgias de bucomaxilofacial e outros”, frisou o secretário de Saúde.