Cotidiano

CRM determina nova suspensão de cirurgias eletivas

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O Conselho Regional de Medicina (CRM-RR) determinou uma nova suspensão das cirurgias eletivas no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINS) em razão da falta de materiais básicos e medicamentos nas unidades de saúde. A interdição tem início a partir deste sábado, 16, e não há um prazo exato para ser encerrada.

A decisão de suspender as eletivas, que são as cirurgias não prioritárias e que não colocam em risco a vida de pacientes, foi tomada em plenária na noite de quarta-feira, 13. Dos 40 conselheiros, 17 compareceram e apenas um votou contra a nova interdição. De acordo com a presidente do órgão, Rosa Leal, a quantidade de materiais atualmente não é suficiente para atender toda a demanda e pode faltar para os procedimentos de urgência.

“Foi pela total falta de condições de serem realizados procedimentos eletivos. Não há sequer a segurança de que o material utilizado nas cirurgias está realmente esterilizado porque não existe no hospital o controle biológico. Está desabastecido, o pouco que tem, no momento, tem que ser preservado para utilização de cirurgias de emergência ou corremos o risco de não termos mais atendimentos”, disse.

Em novembro do ano passado, a interdição nas cirurgias eletivas foi motivada pela falta completa de materiais básicos, como fios e esparadrapos. Pouco mais de um mês depois, no dia 5 de janeiro, o CRM retirou a suspensão pela melhoria nos estoques e a aquisição desses insumos. Contudo, a possibilidade de agravar o quadro no momento do procedimento cirúrgico e não ter medicamento para reverter a situação também foi estudada.

Atualmente, a fila de espera para realização de cirurgias eletivas no HGR chega a quase quatro mil pacientes. Já na maternidade, o número ultrapassa 1.700. As principais demandas estão nos procedimentos ortopédicos e neurológicos, para os quais não há qualquer tipo de material disponível.

“É uma questão de assegurar à população de que possa ser atendida na emergência. Somos a segunda capital em acidentes de trânsito. Nossa maior demanda são os acidentados. Se a gente utiliza material nas eletivas, vai ter problemas que não vou poder atender. Estamos mais preocupados com a população”, completou a presidente.

CRM irá intensificar fiscalizações até que situação seja normalizada

Na manhã de quarta-feira, 13, uma reunião-surpresa foi feita na sede da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) para saber sobre o andamento e problemas encontrados para aquisição dos materiais. Entre os pontos discutidos, os órgãos questionaram quais materiais tinham sido licitados e qual o prazo para entrega dos insumos.

A Sesau apresentou a documentação de compras emergenciais para casos de ortopedia. O prazo de entrega para esses materiais é de 10 a 20 dias, conforme relatou a presidente do CRM. Além da verificação dos processos de emergência, o Conselho Regional solicitou uma avaliação dos pedidos de compras anuais feitos pela secretaria.

“Evitando que se comprem medicamentos que não serão usados e se deixe de comprar materiais importantes. Temos que entender que não é somente ter os materiais, é todo um entorno para que se possa realizar um procedimento. É necessário garantir a segurança do ato e não estamos conseguindo fazer”, prosseguiu a presidente do CRM.

Sesau afirma que processos de compra estão em andamento

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que a atual gestão da pasta mantém diálogo contínuo com o CRM no sentido de informar todas as medidas que estão sendo tomadas, ao longo dos últimos dois meses, na busca de resolver o problema de abastecimento das unidades de saúde do estado.

“Atualmente, quatro processos emergenciais de compra de materiais e medicamentos para abastecer as unidades de saúde estão em andamento, e a expectativa é que até o fim do mês de fevereiro a Sesau receba a grande maioria dos itens essenciais, para garantir o funcionamento das unidades de saúde, até que a compra anual seja finalizada”, frisou a nota.

A Sesau afirmou que o CRM-RR não tem poder para fechar os espaços, mas emitiu recomendação aos médicos a fim de que atendam somente casos de urgência e emergência. “Vale ressaltar ainda que os hospitais não irão fechar as portas para o atendimento à população”, concluiu. (A.P.L)

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