Cotidiano

Crianças dividem área de igreja com moradores de rua e pais se preocupam

Alunos da Escola Municipal Pequeno Polegar foram transferidos para espaço nos fundos da Igreja Nossa Senhora da Consolata, na zona sul

Crianças dividem área de igreja com moradores de rua e pais se preocupam Crianças dividem área de igreja com moradores de rua e pais se preocupam Crianças dividem área de igreja com moradores de rua e pais se preocupam Crianças dividem área de igreja com moradores de rua e pais se preocupam

Alunos da Escola Municipal Pequeno Polegar têm aulas de maneira improvisada em um espaço localizado nos fundos da Igreja Nossa Senhora da Consolata, no bairro São Vicente, desde que as obras de reforma no prédio da escola iniciaram, no final do ano passado. Além da demora na entrega da obra, prevista para o início de 2017, os pais dos alunos se preocupam com os moradores de rua que buscam abrigo junto à igreja.

A equipe de reportagem esteve no local na manhã de ontem, 18, e contabilizou cerca de 20 homens sentados ao lado da igreja. Entre brasileiros e venezuelanos, a maioria se encontrava em condições de embriaguez às 10 horas da manhã. A mãe de uma aluna, que preferiu não se identificar, disse que se preocupa com o fato de o local não ser apropriado para receber e comportar as crianças de Ensino Infantil e Fundamental.

Ela também relatou que, só durante a manhã, mais de 100 crianças estudam no local. “A gente sabe que não tem funcionário suficiente pra cuidar de tanta criança num espaço inapropriado”, disse. Ao sair do local, a equipe observou uma criança correr para o banheiro sem o acompanhamento de um adulto. Por utilizar o mesmo banheiro da igreja, a menina precisou se aproximar ainda mais dos desabrigados sem ninguém por perto.

Conforme relato da mãe, os pais se preocupam com a exposição dos filhos, tendo em vista que a igreja é um espaço público de atendimento livre. Durante o período de férias, ela informou que chegou a passar em frente ao local e verificou que os desabrigados estavam utilizando o mesmo espaço onde as crianças estudam. “Isso é chato, não é apropriado. Tenho medo de fazerem alguma coisa. Todo mundo entra em igreja”, ressaltou.

A mãe declarou que alguns pais fizeram um abaixo-assinado para levar à Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), mas não soube dizer se a secretária chegou a receber o documento.

OUTRO LADO – A Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) informou que não há nenhum tipo de interação entre a comunidade escolar da Escola Municipal Pequeno Polegar e os membros da comunidade católica, sejam estrangeiros ou brasileiros. Embora as instalações da escola estejam nas dependências da Igreja, o órgão destacou que o espaço entre ambas é “bem dividido, que o acesso a cada espaço é distinto e que os imigrantes recebem auxílio em lado oposto ao acesso da escola”, declarou.

A Smec ressaltou ainda, que durante o recesso, e agora no período letivo, todo cuidado está sendo tomado para que as atividades sigam dentro da normalidade. Com relação ao abaixo assinado, a Smec informou que até o momento não recebeu nenhum documento da natureza em questão. (A.G.G)

Com término previsto para início de 2017, reforma ainda não foi concluída

A obra na Escola Municipal Pequeno Polegar, localizada no bairro 13 de Setembro, zona sul, iniciou em novembro do ano passado, com previsão de término para o início deste ano. A equipe da Folha esteve no local e constatou que a obra ainda está em andamento. Conforme a placa da obra, o valor aplicado foi de R$ 1,4 milhão, com recursos provenientes da Prefeitura de Boa Vista e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Ainda de acordo com a placa, o valor foi destinado à contratação de uma empresa especializada para a execução da reforma e a ampliação da escola. Apesar de a reforma ter sido anunciada no final do ano passado, a placa mostra que o início dos serviços foi previsto para agosto de 2016, com previsão de 180 dias para a entrega.

Segundo a mãe de uma das alunas da escola, os pais tiveram uma reunião com a diretoria da instituição antes das férias do meio do ano, mas o assunto não estava pautado. “Nós questionamos e eles nos mandaram ir à Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), alegando que a culpa não era da escola”, frisou.

OUTRO LADO – A Secretaria Municipal de Obras informou que os serviços estão em andamento na Escola Municipal Pequeno Polegar, sem dar previsão para a conclusão. (A.G.G)

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