Os pecuaristas do Estado continuam sendo vítimas de furto de gado. Apesar do trabalho que a Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), em ação conjunta com a Polícia Militar, desenvolve nas zonas rurais do Estado, o diretor comercial da Cooperativa Agropecuária (Coopercarne), Antônio Denarium, informou que os ladrões continuam agindo. Para ele, é preciso mais eficiência e rigor nas fiscalizações.
Pecuarista com propriedades nos municípios vizinhos de Iracema, região Centro-Sul, e Mucajaí, região Centro-Oeste do Estado, Denarium relatou que tem recebido reclamações de cooperados denunciando o caso. Os furtos também vêm acontecendo no Município de Caracaraí, também no Centro-Sul de Roraima. Segundo ele, a polícia ainda conseguiu identificar e prender os ladrões, mas os suspeitos foram soltos no mesmo dia.
Denarium disse que, em Mucajaí, os mesmos ladrões foram presos cinco vezes e ainda foram soltos. Para ele, a polícia está realizando um trabalho que poderia ser mais intenso, uma vez que, mesmo quando presos, os ladrões são liberados. “Não estamos tendo uma punição exemplar para os meliantes do Estado”, declarou.
O produtor explicou que não tem um levantamento que aponte os números exatos dos furtos, pois, muitas vezes, o pecuarista não consegue identificar que foi furtado e, em outros casos, não é registrado o Boletim de Ocorrência. Os animais são mortos no final da tarde e retirados durante a madrugada.
Em alguns casos, entretanto, o vaqueiro consegue ver sangue e capim amassado, o que comprova a morte do animal. De acordo com Denarium, já ocorreu de 14 reses terem sido roubadas vivas. O caso aconteceu na região do Novo Paraíso, em Caracaraí. “A polícia fez o trabalho de investigação, descobriu, prendeu os bandidos em flagrante e, no dia seguinte, foram soltos”, lamentou.
Segundo o diretor, no dia 24 de novembro de 2016, os pecuaristas participaram de uma reunião na Aderr, quando foi prometida uma ação mais eficaz, inclusive com blitz realizada junto com a PM. Contudo, apesar do trabalho feito, ele acredita que a ação deveria ser mais intensa nos pequenos mercados e açougues do interior, onde os ladrões vendem a carne. Além do prejuízo aos pecuaristas, a população está sujeita a pegar doenças.
ADERR – Segundo o presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), Vicente Barreto, as blitze e fiscalizações vão continuar, tanto no combate à carne ilegal nos açougues como as de rotina, que são realizadas semanalmente. Ele explicou que estão intensificando a ação junto com a Polícia Militar para que haja uma eficiência no serviço.
“Agora que o Estado conseguiu a área livre de aftosa, as fiscalizações foram mais intensificadas. Se percebermos que há necessidade de aumentar por conta do abate clandestino, vamos fazer”, disse. Ele informou que durante as fiscalizações não tem constatado demanda alarmante, mas que o trabalho de rotina vai continuar para que o problema seja resolvido.
(A.G.G)