Cotidiano

Conselheiro tutelar alerta para danos às crianças por alienação parental

Divergência entre os pais ou outros familiares, em que um joga o filho contra o outro, pode causar danos irreparáveis à criança

A alienação parental, segundo a Lei nº 12318/2010, é o ato de interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida por um dos pais, avós ou por responsáveis, com o objetivo de fazer com que o filho passe a repudiar o outro lado da família ou prejudicar o estabelecimento de vínculos familiares. A situação é vivida em todo o país e em Boa Vista, a situação não é diferente.

De acordo com o conselheiro tutelar Franco Rocha, tendo como base os seus atendimentos diários na sede do Conselho Tutelar, localizado no bairro Caimbé, na zona Oeste da Capital, a questão só vem crescendo na Capital.

“Desde que assumi como conselheiro em 2011, eu tenho presenciado que a alienação parental tem ocorrido de forma muito frequente”, informou. “Estatisticamente, como conselheiro e com base nos meus próprios atendimentos, tenho presenciado que esse ato tem crescido no ritmo acelerado e os pais parecem que perdem a noção da sua responsabilidade, que é de proteger a criança”.

Segundo ele, a responsabilidade dos pais é de preservar a integridade física emocional das crianças em primeiro lugar. “Quando os pais, em processo de separação ou por outro motivo, usam a alienação contra uma criança, é uma atitude muito perversa. Se o pai segrega a criança, impede de ter contato, envolvem as crianças. Os filhos não são culpados pelas desavenças entre o pai e a mãe. Essa atitude, de manipulação, às vezes é irreparável”, frisou.

Conforme o conselheiro, os pais têm que levar em consideração que a criança e o adolescente estão em processo de crescimento, de formação de opinião e de caráter e que atitudes como a alienação parental podem deixar marcas para sempre. “A alienação mexe com o emocional, baixa a autoestima da criança, confunde. O filho vai crescer amargurado, angustiado, frustrado e isso vai causar um problema na sua autoestima, na relação consigo mesma e com outras pessoas. As pessoas adultas já possuem uma capacidade emocional de gerenciar conflitos e as crianças ainda estão formando isso. Todas essas experiências negativas causam uma angústia terrível”, acrescentou Rocha.

DENÚNCIAS – Em situações similares, onde pais e familiares estiverem presenciando uma situação como esta, o conselheiro ressaltou que a denúncia é a maior aliada. “Nós sabemos que a denúncia é fundamental. É de nossa responsabilidade proteger as nossas crianças. Não só da família, mas dos parentes, da comunidade, da sociedade”, frisou o conselheiro.

Conforme Rocha, a população pode denunciar a alienação no Disque 100, em Brasília, ou no telefone do Conselho Tutelar do Território 2: 3224-4664. Os pais podem denunciar na sede do Conselho mais próximo ou ainda na Vara de Família da Comarca de Boa Vista.

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