
A nova série original da Prime Video, Tremembé, estreia como um dos assuntos mais comentados pelo público trazendo à tona um dos ambientes mais instigantes do sistema penal brasileiro: o famoso presídio que dá nome à produção. Ambientada no Complexo Penitenciário de Tremembé — apelidado de “presídio dos famosos” —, a trama mistura jornalismo de investigação com dramatização ficcional e convida o espectador a (re)visitar casos criminais de grande repercussão nacional.

A seguir, cinco curiosidades que marcam esta produção:
- Base literária e jornalística
Tremembé foi inspirada em dois livros-reportagem do jornalista Ullisses Campbell: “Suzane: Assassina e Manipuladora” (2020) e “Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido” (2021).
Campbell também participa do roteiro da série, o que ajuda a costurar o fio entre fato real e adaptação ficcional. - Revisão jurídica e distanciamento da realidade estrita
Apesar de se valer de acontecimentos e personagens reais — como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Roger Abdelmassih –, a produção passou por um intenso processo de revisão jurídica para garantir conformidade e evitar litígios.
Além disso, a linha do tempo e alguns relacionamentos foram alterados para fins dramáticos: por exemplo, personagens que cumpriram pena em períodos distintos são retratados como contemporâneos na série. - Produção cuidadosa do cenário e preparo do elenco
O ambiente carcerário da série foi construído do zero — o set foi montado em uma antiga fábrica de lingerie desativada na Zona Norte de São Paulo, para recriar com fidelidade o presídio.
O elenco também passou por oficinas especiais: houve aulas de açougueiro e oficinas relacionadas ao sistema prisional, além de mudanças físicas intencionais para dar veracidade aos personagens. - Micro-cosmo de detentos de alta notoriedade
A série reúne detentos famosos da vida real em um mesmo cenário ficcionalizado — ainda que, na prática, eles não estiveram juntos ou na mesma ala. Esse artifício narrativo cria um “micro-cosmo” de criminalidade e poder dentro da prisão, funcionando como metáfora.
A presença desse elenco de casos conhecidos do grande público contribui para o choque e a curiosidade do espectador: “quem está preso?”, “como se relacionam?”, “como funciona o poder e a manipulação dentro do cárcere?”. - Formato enxuto e pensado para “maratona”
Tremembé estreou com 5 episódios, cada um com duração máxima de cerca de 60 minutos — somando aproximadamente 4 h 13 min de conteúdo total.
O formato foi deliberado para permitir que o público assista “de uma vez”, sem interrupções ideais, reforçando o impacto da narrativa e o engajamento.
Por que assistir (ou refletir)
A série não é apenas entretenimento: ela incita reflexão sobre o sistema penal, a fama ligada ao crime, o voyeurismo que cerca casos de grande repercussão e os limites entre documentário e dramatização.
Assista o trailer:
Tremembé
A Penitenciária de Tremembé, localizada no interior do estado de São Paulo, é um dos presídios mais conhecidos do Brasil, frequentemente chamada de “presídio dos famosos” devido à notoriedade de algumas detentas que cumpriram pena na unidade. Inaugurada na década de 1950, a penitenciária faz parte do sistema prisional paulista e abriga mulheres condenadas por diversos tipos de crimes, incluindo homicídios de grande repercussão nacional. Com uma estrutura que inclui celas coletivas e individuais, áreas de trabalho e serviços educacionais.

Quem é Ulisses Campbell
Ullisses Campbell é jornalista, escritor e roteirista brasileiro, reconhecido por seu trabalho investigativo em casos de grande repercussão nacional. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB), atuou em veículos como Correio Braziliense e O Globo, destacando-se pela apuração rigorosa e pela narrativa envolvente em reportagens sobre crimes e comportamento social. Autor dos livros-reportagem Suzane: Assassina e Manipuladora (2020) e Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido (2021), Campbell consolidou-se como uma das principais vozes do jornalismo literário contemporâneo no Brasil. Em 2025, expandiu sua atuação como roteirista na série Tremembé, da Prime Video, inspirada em suas obras e centrada nos bastidores do sistema prisional feminino.
