Professores aprovados no concurso público da Prefeitura de Cantá, realizado em 2024, voltaram a denunciar a gestão municipal após a possível publicação de mais um processo seletivo para contratação temporária de docentes. A medida foi oficializada nesta terça-feira (23), por meio da Portaria nº 74/2025, assinada pela secretária municipal de Educação, Ana Marta Costa de Castro, e publicada no Diário Oficial dos Municípios de Roraima.
O documento institui uma comissão responsável por elaborar o edital e acompanhar todas as etapas do Processo Seletivo Simplificado nº 01/2025, destinado a professores para escolas municipais de tempo integral, como Tia Ercília, Dr. Arnaldo Brandão e Cristo Redentor.
Os aprovados, conforme denúncia no Ministério Público, apontam que a abertura de novo seletivo reforça o que classificam como “manobra da Prefeitura para manter temporários na rede municipal” e adiar a convocação dos aprovados no concurso, que ainda aguardam nomeação. “Enquanto há vaga no quadro de reserva, o prefeito do Cantá está fazendo seletivo para a escola integral?”, questionou um professor, que não será identificado.
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Essa não é a primeira vez que os profissionais denunciam que a demora para convocação está relacionada com a chamada de professores seletivados. Em junho, a Secretaria renovou a contração temporária desses profissionais por mais três meses. Na ocasião, a portaria reforçava que a perda de efeitos à medida em que os cargos fossem ocupados por concursados, o que não houve no intervalo de tempo.
“É um absurdo abrir outro seletivo quando existe concurso homologado e professores prontos para assumir. A gestão segue ignorando o direito dos concursados”, disse outro denunciante à Folha.
Entenda a Denúncia
O edital nº 001/2024 do concurso municipal prevê a convocação dos aprovados conforme a necessidade da administração, obedecendo a ordem de classificação. No entanto, os itens 14.4 e 14.5 também indicam que a contratação está condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira, o que, segundo os denunciantes, estaria sendo usado pela gestão como justificativa.
Pela terceira vez a reportagem procurou a Prefeitura de Cantá para esclarecimentos sobre a situação, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.