Cotidiano

Comunidades terapêuticas criticam falta de políticas antidrogas

Capital de Roraima ainda não regulamentou o Fundo Municipal, para financiar as ações voltadas à recuperação dos dependentes químicos

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O presidente da Federação Roraimense de Comunidades Terapêuticas (FERRCT), Junior Campos, denunciou que as pessoas que lutam contra a dependência química, assim como suas famílias, foram esquecidas pelo Município de Boa Vista. De acordo com ele, a capital não instituiu o Conselho Municipal Antidrogas (Comad) nem o Fundo Municipal Sobre Drogas (Remad), que são importantes para a criação de políticas públicas voltadas ao combate às drogas e recuperação de dependentes químicos.

Os recursos financeiros do Remad são oriundos do governo federal e devem ser utilizados para financiar ações do município e de entidades filantrópicas. Já o Comad deve instituir e desenvolver o Programa Municipal sobre Drogas (Promad), além de fiscalizar as ações de prevenção ao uso de drogas, tratamento e reinserção dos usuários na sociedade.

“A nossa maior preocupação é com o recurso que vem pra Boa Vista e não fica aqui porque o município não tem o Fundo e nem o Conselho, que é responsável pela formação do comitê gestor que deve gerir o Fundo”, disse Júnior Campos.

Ele disse que além dos recursos que estão voltando, Boa Vista deixa de receber dinheiro arrecadado com o leilão de bens apreendidos do tráfico de drogas. “Há cerca de dois meses aconteceu um leilão, mas nenhum centavo ficou na cidade porque não existe o Fundo”, destaca.

O representante das comunidades terapêuticas explicou que em Roraima existe o Conselho Estadual Antidrogas, mas ele é deliberativo. “O municipal é deliberativo e fiscalizador. É preciso fiscalizar quais são os trabalhos que estão ocorrendo nas escolas sobre prevenção, nas comunidades terapêuticas, nos CAPS”, pontuou. 

PREJUÍZOS – Campos frisa que sem o efetivo funcionamento do Comad e a regularização do Remad, as comunidades terapêuticas ficam sem respaldo para prestar ajuda aos dependentes e seus familiares. “Nós teríamos o equivalente a R$ 200 mil por ano, que seria usado para gastos com combustível e a manutenção de um carro do Conselho. Mas, o que percebemos é que não existe interesse do município em criar o Conselho”, afirma.

O Comad já tem presidente e as organizações da sociedade civil já elegeram seus representantes. Conforme Campos, falta apenas a prefeitura indicar os representantes do município, que são os gestores das principais secretarias. “Mas a atual gestão de Boa Vista não tem interesse no assunto. Ao invés de nos ajudar, a prefeitura tenta esconder o problema”, criticou.

O presidente da FERRCT lembra que as pessoas que ficavam no ‘Beiral’ abusando do uso de álcool e outras drogas foram retiradas e agora estão espalhadas pela cidade, comercializando drogas para manter o vício. “Hoje você vai na praça Mané Garrincha, bairros Senador Hélio Campos,  Conjunto Cidadão e Residencial Vila Jardim e você vê as pessoas usando drogas”, denunciou.

Ele critica a postura da prefeitura de se preocupar apenas com a obra turística na orla de Boa Vista. “Foi para esconder um problema que o município tinha. O empreendimento é muito bonito, mas foi feito pra isso”. Ainda conforme Campos, para impedir que usuários de drogas fiquem no Centro da cidade, onde ficava o Beiral, a Guarda Municipal estaria realizando abordagens com uso da força. “Se tiver pessoas ali na parte onde a Prefeitura está construindo aquele super empreendimento, a Guarda Municipal chega tacando o pau”, alerta.

OUTRO LADO –  A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista e aguarda retorno.

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