Cotidiano

Complexo Veterinário abrirá as portas nesta segunda-feira

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

O complexo veterinário da Universidade Federal de Roraima (UFRR) terá em breve prédio para diagnóstico por imagem, clínica veterinária para animais de grade porte e um bloco de patologia, o que possibilitará o atendimento à população, principalmente a mais carente, que possui poucas condições de pagar por um atendimento aos animais que criam.

A obra, orçada em R$ 1,7 milhão e com previsão de entrega para o mês de dezembro, ampliará a estrutura atual do complexo localizado no Campus Cauamé, que já conta com três consultórios médicos para atendimento clínico de pequenos animais, centro cirúrgico com equipamentos de ponta, sala de aulas práticas de técnicas cirúrgicas, sala de pré e pós-operatório, dispensário (farmácia), canil (observação) e laboratório de patologia.

Para marcar o início das obras, foi feito nessa sexta-feira (6) uma cerimônia de lançamento da ampliação do complexo e apresentação da primeira turma de médicos veterinários, selecionados em um processo seletivo, da qual foram escalados seis estudantes para atuarem no Campus Cauamé.

“Acho válido pontuar que está aberto neste momento o edital de vagas remanescentes, que são quatro. As provas dessa segunda etapa ocorrerão no dia 9 e futuramente apresentaremos esses quatro classificados que irão atuar aqui no complexo”, afirmou o coordenador do curso de Medicina Veterinária da UFRR, André Buzutti de Siqueira, acrescentando que a orientação e a preceptoria (ou seja, a supervisão) será feita pela equipe de professores do curso.

Buzutti explicou que a ampliação do complexo já era um sonho antigo do curso, que se tornou possível após emenda parlamentar da deputada Shéridan (PSDB). Até então, as expectativas para essa ampliação estavam baixas, por conta do atual momento socioeconômico.

“Estamos passando por esse momento difícil e no final de 2018 já estávamos perdendo fôlego, porque tem sido difícil lutar; e tem coisas que não cabem a você resolver. Foi nessa época que a deputada nos procurou, conheceu essa estrutura, viu que tínhamos uma estrutura para começarmos a trabalhar e profissionais extremamente qualificados. Por isso que foi feito o repasse dessa emenda”, contou.

Atendimento terá preços mais acessíveis

A ideia é que os atendimentos ocorram com preços mais acessíveis que os praticados em clínicas particulares (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Assim que a primeira turma começar a atuar no complexo veterinário, a ideia é que os atendimentos ocorram com preços mais acessíveis que os praticados em clínicas particulares, com o objetivo de atender as comunidades mais carentes. Os custos de cada consulta serão utilizados para manter a estrutura em pleno funcionamento.

“Nós colocamos isso aqui em funcionamento em resposta à própria população, pois é um bem público montado com verbas públicas e isso tem cunho social e econômico. Já desenvolvemos vários trabalhos de pesquisa por aqui e isso tem que chegar à população. Temos que esclarecer que isso está se tornando possível graças ao curso de aprimoramento que conseguimos montar, onde esses alunos recebem a bolsa mensalmente para trabalhar diariamente e saem especialistas em algum segmento. Isso é inédito em Roraima e no nosso vizinho, que é o Estado do Amazonas”, disse Buzutti.

Por conta do quadro enxuto de professores, os trabalhos serão iniciados primeiramente com atendimentos básicos de poucos animais diariamente e irá evoluir à medida que forem convocados novos profissionais para auxiliar o acompanhamento dos animais.

Curso fará parcerias com ONG´s

O coordenador do curso de Medicina Veterinária da UFRR, André Buzutti de Siqueira (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

O coordenador do curso de Medicina Veterinária da UFRR, André Buzutti de Siqueira, revelou que serão fechadas parcerias com Organizações Não Governamentais (Ongs) para a realização do trabalho de castração de animais, o que ajudará no controle da população animal no estado.

“Nós temos um descontrole populacional de cães e gatos na maioria das cidades e estado brasileiros. Isso é um problema de saúde pública, porque há várias doenças transmitidas de animais para os seres humanos e estamos desenvolvendo trabalhos de prevenção, a exemplo da parceria que foi feita junto à Operação Acolhida, em que fizemos um mutirão de castração de cães e gatos que vivem em abrigos, para evitar algum problema mais grave”, concluiu Buzutti.