A chuva registrada durante a madrugada e manhã desta sexta-feira, 27, causou muitos transtornos aos boa-vistenses. Várias ruas ficaram alagadas, causando dor de cabeça principalmente para quem precisou sair de casa para trabalhar ou cumprir com algum tipo de compromisso.
Na rua Ereu, uma das principais vias de acesso ao bairro Araceli Souto Maior, a água chegou a invadir casas e estabelecimentos comerciais. Moradores relataram a FolhaWeb que o problema é corriqueiro nesse período e que o poder público nunca conseguiu apontar uma solução.
“Todo início de inverno é assim. Bastou uma chuva mais prolongada, a rua alaga. Tenho vizinhos que tiveram que fazer batentes nas portas, para a água não entrar dentro de casa”, contou uma moradora.
Situação semelhante também foi registrada no cruzamento das ruas Leôncio Barbosa com Horácio Mardel de Magalhães, no bairro Tancredo Neves. Com a chuva, um mar de lama se formou na localidade, causando complicações até mesmo para quem trafega de carro.
“Moro no bairro há 10 anos e sempre tivemos esse problema. Os vizinhos já fizeram reclamações para a Prefeitura sobre a situação, mas nada é resolvido”, destacou a dona de casa Cleciana Alves, 37 anos.
Mas engana-se que apenas a zona Oeste foi afetada com a chuva de hoje. Bairro como São Francisco, na zona Norte, também registraram acumulo de água acima do normal. Na rua Homero Cruz, moradores classificaram como impossível a tentativa de sair de casa.
“A prefeitura até fez algumas obras aqui no bairro, fez o calçamento das ruas, mas parece que esqueceu de reforçar o planejamento nos bueiros, e agora toda vez que chove, a minha rua vira uma lagoa”, comentou Lázaro Galdino.
PRECITAÇÃO DENTRO DA NORMALIDADE – Segundo o meteorologista da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves, o acumulado de precipitação de chuva registrado nesta sexta-feira, 27, foi de 30,4 milímetros, considerado dentro do esperado para um início de inverno.
“Segundo informações do Cipam e do CPTec, nosso período chuvoso vai ser dentro da normalidade, com precipitação de 100 a 200 milímetros em abril e maio, e de 300 a 350 mm em junho e julho, que são os meses com maior volume de água. Agosto e setembro marcam a reta final do inverno no Estado, e com isso, a tendência é que os volumes diminuam, estacionando na casa de 100 mm”, destacou.
O OUTRO LADO – Questionada sobre as ações de monitoramento aos bairros citados pela reportagem, a Prefeitura de Boa Vista informou, em nota, que equipes da Patrulha das Chuvas e da Defesa Civil Municipal foram acionadas para fazer um levantamento das localidades, para que seja tomada as medidas cabíveis para minimizar os transtornos aos moradores.
“Os pontos mapeados estão sendo monitorados e muitos locais tiveram um rápido escoamento da água, devido ao trabalho constante de limpeza feito na cidade. Mas é importante reforçar que a população precisa colaborar com os trabalhos da Patrulha da Chuva, evitando jogar lixos e entulhos nas ruas, bueiros, valas e igarapés, uma vez que isso causa grandes transtornos. Com a chuva, ocorre o entupimento dos bueiros, contribuindo com o processo de alagamento”, salientou.
A Administração Municipal destacou ainda que realizou nos últimos cinco anos a construção de 110 quilômetros de drenagem, em mais de 300 ruas . “São obras que, depois de finalizadas, são eficientes na coleta das águas das chuvas e eliminam pontos de alagamentos, evitando transtornos antigos à população. Além disso, de 2013 a 2018, a Prefeitura de Boa Vista já asfaltou 154 km de ruas onde não havia asfalto; fez 82 km de recapeamento, onde a pavimentação estava desgastada e danificada pelas ações do tempo”, concluiu.