Há mais de duas semanas fechado, o Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir) deve estar apto a funcionar a partir de segunda-feira, 9, segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), Ronaldo Nobre. A recomendação de fechamento por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) exigiu que o Governo do Estado cumprisse uma lista de exigências contendo 54 itens para readequação do Mafir, sendo 40 itens relacionados a reforma e manutenção do prédio.
Diante dos itens impostos, Nobre explicou que já estão em andamento as reformas das áreas consideradas críticas, como a sala de abate, câmaras de refrigeração da carne e a área de couro, além dos serviços de pintura, manutenção dos equipamentos, dedetização e limpeza. O presidente ressaltou que o Estado também está fechando o processo de licenciamento ambiental e a migração do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), tendo em vista que o Estado não exporta carne há mais de 10 anos.
No entanto, mesmo que o matadouro esteja apto a funcionar na segunda-feira, é preciso resolver a questão legal da migração. Em relação ao assunto, o presidente informou que o pedido de cancelamento do SIF já foi encaminhado ao Mapa, mas ainda não houve retorno por parte do órgão fiscalizador. “Se eles não mandarem até esta sexta-feira, dia 6, vamos tentar tomar medidas legais para viabilizar a abertura”, disse. Com a migração, a fiscalização será de responsabilidade da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr).
Sem realizar abates desde o dia 18 do mês passado, o presidente destacou que a produção do Mafir foi destinada a matadouros do interior, como o Matadouro do Município do Cantá, na região Centro-Leste do Estado, e o de São Luiz do Anauá, na região Sul do Estado. Contudo, ele pontuou que os prédios não têm a capacidade e qualidade que o Mafir tem, tanto de refrigeração, como de armazenamento de estoque.
Para Nobre, a reabertura do Mafir será direcionada ao pequeno pecuarista. “A gente vai voltar não porque está faltando carne, mas sim pela presença do pequeno pecuarista do Estado, que vai ser o nosso foco. Não vamos deixar eles nas mãos de outros frigoríficos que podem tentar regular o preço da carne, por exemplo”, frisou.
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EXPORTAÇÃO – Diante da migração do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), decidida pela Codesaima, o superintendente federal de Agricultura, Plácido Alves, informou que a carne que sai do Mafir não poderá ser exportada. Segundo Alves, o pedido de cancelamento do SIF ocorreu antes do dia 21 de setembro.
O superintendente considerou ainda que a decisão é curiosa, tendo em vista toda a luta para a obtenção do status Livre de Aftosa com Vacinação. “É curioso, porque a gente faz um trabalho em cima de plataforma. Depois de garantir o status de Livre de Aftosa com Vacinação, em maio de 2018 vamos receber a Livre Internacional, um reconhecimento que vai, em teoria, possibilitar a exportação para todo o mundo”, ressaltou.
Com o pedido já oficializado, ele explicou que o Estado deve aguardar o ministério oficializar o cancelamento para voltar com o serviço de abate. O superintendente destacou que o regulamento é o mesmo, apesar da possível mudança. Alves informou ainda, que não há previsão do Mapa oficializar o cancelamento e que o Estado deverá realizar tratativas junto ao Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR).
Para Alves, o produtor rural é o mais prejudicado com a migração, tendo em vista a perda na capacidade de competir, já que não será possível escolher para quem comercializar o produto. O superintendente lembrou que mesmo existindo outras plantas de serviço de inspeção, o produtor não vai poder contar com o SIF, que permitiria a venda por um preço mais justo. “Como é que você está com todas as ferramentas para a exportação e não terá o serviço para que a carne possa sair do país?”, frisou. (A.G.G)
