Cotidiano

Clima local não deve apresentar surpresas durante o verão

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

Com Boa Vista sendo a única capital brasileira totalmente no Hemisfério Norte e com a imaginária Linha do Equador cortando o Estado, o clima local tem suas peculiaridades. Ramon Alves, meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), afirma que não faz muito sentido em Roraima falar sobre estações, sendo elas classificadas apenas em “períodos seco e chuvoso”.

Enquanto o verão começou no Hemisfério Sul oficialmente em 21 de dezembro de 2018 e seguir até 20 de março, Roraima já está no período seco desde outubro, com a estação das chuvas se iniciando em abril.

“Aqui em Boa Vista, e no restante da parte central do Estado, choveu em torno de cinco a dez milímetros, o que deve permanecer até o início do período chuvoso, em abril. Quem está fora do centro de Roraima, em alguns municípios do interior, verá mais chuvas, mas não com tanta intensidade como no período chuvoso”, afirmou o meteorologista.

A previsão climática de Roraima é feita mensalmente pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Solicitada por todos os Estados da Região Norte, há reuniões em que são feitas previsões para o período de três meses. O último boletim climático elaborado previu que a situação estará um pouco abaixo do normal climatológico, com chuvas ocorrendo de forma esporádica, o que pode ser uma consequência do fenômeno El Niño, que influencia na região mesmo com pouca intensidade, de acordo com Ramon Alves.

O verão no restante do país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é caracterizado por dias mais longos e mudanças instantâneas nas condições de tempo. Mas em Roraima, a principal preocupação do período seco está ligada às queimadas. Pensando nisso, a Femarh se adiantou e produziu um calendário com recomendações a serem seguidas pela população e principalmente por produtores agrícolas.

“Então, é necessário que essas orientações sejam seguidas para que as queimadas não fujam do controle, porque, se isso ocorrer, pode haver um desastre ambiental, e isto é ruim para todos”, recomendou o meteorologista da Femarh. (F.A)