Cotidiano

Cirurgias são canceladas por falta de remédios e material

Setor de ortopedia informou que as vestimentas hospitalares revestidas não estão adequadas para bloquear a radiação emitida

Com a suspensão da interdição ética das unidades de saúde do Estado, a população roraimense esperava o retorno de todas as cirurgias eletivas. No entanto, a informação é que o serviço não foi retomado devido à falta de medicamentos e material adequado para os profissionais da saúde.

Segundo documento que a FolhaWeb teve acesso, a aquisição de equipamentos de proteção individual radiológica foi solicitada via memorando nº 16/2019 expedido hoje, 27, pelo Serviço de Ortopedia do Hospital Geral de Roraima (HGR). O documento foi encaminhado ao diretor-geral da unidade, Roger Caleffi e com cópia para direção técnica.

No memorando, o setor de ortopedia da unidade informa que as vestimentas hospitalares revestidas com chumbo, também chamados de capotes plúmbicos, não estão adequadas para bloquear a radiação emitida pelo intensificador de imagens, um dos equipamentos médicos utilizado nos procedimentos.

“Os capotes plúmbicos adquiridos pela unidade são inadequados para a correta proteção da equipe médica e dos demais profissionais de saúde durante os atos cirúrgicos que o intensificador de imagens se faz necessário usar”, diz trecho do documento.

O setor afirma que, diante do problema, não poderão retornar as cirurgias ortopédicas de forma plena, ou seja, na sua totalidade. “Serão realizadas apenas as que não necessitam do uso de equipamento anteriormente citado. Vale salientar que normalmente as fraturas que requerem o uso do intensificador no ato cirúrgico são justamente as que têm maior potencial de seqüela irreversível com a demora da realização do ato cirúrgico (fraturas articulares e fraturas complexas)”, completa o texto.

Já com relação à falta de medicamentos, uma informação obtida pela FolhaWeb é que o mapa de cirurgia do Hospital Geral de Roraima foi cancelado por falta de antibióticos, que é essencial para o tratamento dos pacientes no pós-cirurgia. “É preciso cobrar as promessas”, disse a fonte que preferiu não se identificar.

OUTRO LADO – A Secretaria de Saúde negou a informação. Por meio de nota, relatou que a aquisição de equipamentos de proteção individual atende as especificações técnicas necessárias. Inclusive oferecem segurança maior que os que estavam utilizando.

“Vale ressaltar que essa era uma demanda de muitos anos, e que agora os profissionais podem realizar os procedimentos devidamente protegidos. As cirurgias eletivas já foram retomadas,  e somente na tarde desta quarta-feira, 27, foram realizadas três cirurgias ortopédicas” disse. 

O documento foi desconsiderado pelo serviço de ortopedia devido a equívoco na elaboração do mesmo, portanto, o referido documento perdeu sua finalidade inicial, e se tornou inexistente oficialmente. (P.C.)