FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Para não insistir somente na estratégia de repressão, a Companhia Independente de Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário da Polícia Militar (CIPTUR/PMRR) conseguiu, por meio de edital, verba para atuar também na prevenção. O projeto ainda está em fase inicial e, por enquanto, a CIPTUR planeja a construção da sala que será usada para o projeto denominado ‘Educar para prevenir’, que foi idealizado e também será executado pela unidade militar.
O valor de R$ 9.545,51 será repassado pela Vara de Penas e Medidas Alternativas (Vepema) do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) e será aplicado na melhoria das atividades do Policiamento de Trânsito através da qualificação dos policiais militares da CIPTUR, bem como na orientação de infratores de trânsito, através de cursos e instruções voltados para o tema.
“Hoje a grande maioria das pessoas que são submetidas a penas alternativas na Vepema é oriunda justamente da área de trânsito. Crimes de embriaguez ao volante, dirigir sem habilitação e se envolver em um acidente. Existe uma grande gama de infratores que foram condenados a uma pena alternativa, em virtude de ser um crime de menor potencial ofensivo, e nós iremos receber estes infratores para trabalhar a orientação a partir da educação”, declarou o comandante da CIPTUR, capitão Francisco Ponciano.
No momento, este é só o pontapé inicial do projeto. A verba da Vepema será usada exclusivamente para a construção do espaço que deverá começar em breve, mas sem data definida. A CIPTUR pretende fechar parcerias com outros órgãos para que a sala possa ser mobiliada com os materiais necessários para que o Projeto ‘Educar para Prevenir’ funcione.
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“Nós temos o viés de fiscalizar, da prerrogativa de reprimir, mas é extremamente importante essa questão da parte da orientação, da educação e não só o foco em multar, reprimir, prender, também faz parte da nossa missão orientar as pessoas quanto ao trânsito. A gente espera que com a implementação deste programa, que estamos começando, fazendo a construção das salas, fechar outras parcerias e englobar tudo para que uma vez infrator, não torne a cometer outro crime de trânsito”, explicou Ponciano.
As parcerias pensadas não se limitam à viabilidade de recursos, mas também formas de atingir público-alvo diferenciado. Além da própria corporação e de infratores de trânsito, a CIPTUR planeja fechar parcerias com escolas para educar as crianças. A intenção é aplicar os minicursos e levar alunos para ações da unidade, como as blitzen de trânsito.
O capitão explicou que trabalhar com crianças pode ser um método eficaz porque assim já crescerão com uma mentalidade de como é correto agir no trânsito e também porque estas crianças podem sensibilizar os próprios familiares. “Um filho chamando a atenção para a falta do uso de cinto, por exemplo, pode ter um impacto muito maior do que a fiscalização de um agente de trânsito porque está sendo cobrado de perto e, provavelmente, o pai ou mãe não vai querer decepcionar uma criança da família”, explicou o capitão.
Apesar de a medida ser de prevenção, a CIPTUR atua em questões de fiscalização e repreensão no trânsito junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RR) e outros órgãos que cuidam do trânsito. A unidade militar age, por exemplo, em casos de acidentes com danos matérias ou vítimas (com lesões ou fatais) e embriaguez ao volante.
“Estamos abraçando outra forma de fiscalização e melhoria do trânsito através da prevenção. Visamos com isto diminuir o número de acidentes, diminuir o número de mortes no trânsito para que tenhamos um trânsito cada vez mais seguro, tendo em vista que o trânsito atinge todos nós”, concluiu Ponciano. (F.A)
