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Ciência, torra e degustação: oficina explora sabores do café amazônico

Atividade reuniu especialistas, produtores e consumidores para discutir os aspectos culturais, sensoriais e científicos da bebida, além de promover uma degustação

Evento foi realizado na tarde desta quarta-feira (4). (Foto: Wenderson Cabral)
Evento foi realizado na tarde desta quarta-feira (4). (Foto: Wenderson Cabral)

Quem passou pela programação da Amazontech nesta quinta-feira (4) teve a oportunidade de conhecer mais sobre o universo do café amazônico durante a oficina “Ciência, experiência e degustação”, realizada no PROCISA, no Campus Paricarana da Universidade Federal de Roraima (UFRR). A atividade reuniu especialistas, produtores e consumidores para discutir os aspectos culturais, sensoriais e científicos da bebida, além de promover uma degustação.

O pesquisador Henrique Alves, da Embrapa Rondônia, destacou que os cafés amazônicos conquistaram espaço no cenário mundial e já são considerados entre os melhores do mundo.

Henrique Alves, da Embrapa Rondônia. (Foto: Wenderson Cabral)

“A ideia aqui foi demonstrar como a ciência ajudou a transformar um café que antes era visto como de segunda linha em um produto valorizado internacionalmente. Hoje temos processos de pós-colheita e novas genéticas que trazem diversidade sensorial tão rica quanto a de outras bebidas, como o vinho”, explicou.

Segundo ele, o destaque fica para os cafés robusta da Amazônia, que até dez anos atrás não eram reconhecidos como especiais e hoje oferecem aromas e sabores inéditos no mercado. Alves ressaltou ainda que a Caferon, associação de cafeicultores, representa mais de 17 mil produtores apenas em Rondônia, o maior estado produtor da região.

Entre os participantes, a curiosidade foi o principal motivador. A estudante Eyshilla Lima contou que decidiu acompanhar a oficina por ser consumidora assídua da bebida. “O café faz parte da minha rotina desde que eu acordo até a hora de dormir. Eu não sabia que a Amazônia era produtora e foi interessante descobrir isso”, relatou.

Engenheira agrônoma Isis Nunes. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Já a engenheira agrônoma Isis Nunes, que trabalha com plantio de robusta amazônico em Água Boa, ressaltou a importância de conhecer novas cultivares e experimentar diferentes sensoriais do grão. “Esse café é muito distinto do que encontramos no mercado, que em grande parte ainda é commodity. Provar os exóticos foi um choque inicial ao paladar, mas é uma experiência única e mostra o quanto a Amazônia tem a oferecer”, avaliou.

A oficina também contou com a presença da barista indígena Celeste Suruí, do povo Paiter Suruí de Rondônia, e da representante da Caferon, Poliana Perruti, que trouxeram a perspectiva cultural e econômica da cafeicultura na região.

O evento integra a programação da Amazontech 2025, que segue até sábado (6), na UFRR, reunindo atividades voltadas para ciência, tecnologia, empreendedorismo e sustentabilidade.

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