A cheia dos rios Cotingo e Maú já isola ao menos 50 comunidades indígenas de Uiramutã (RR), cidade da fronteira do Brasil com a Guiana. A informação é do coordenador da Defesa Civil municipal, Julimar Sena.
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Nesta terça-feira (17), o nível do Cotingo chegou a 4,32m de altura, acima dos 3,92m – que representa a cota de inundação. O Maú, por sua vez, já está em 10,94m. As informações são da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente).
Sena explicou que chove diariamente na região, principalmente na cabeceira dos principais cursos d´água da cidade – situada nos montes Roraima e Caburaí.
De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), choveu em torno de 40 milímetros nos últimos cinco dias. O instituto ainda prevê, até sábado (21), muitas nuvens com pancadas de chuva para a cidade.
No Município, a água já invade casas, roças e danifica estradas na zona rural da cidade. Entre elas, a vicinal do Água Fria, a região que concentra o maior número de comunidades do Município, e o trecho conhecido como “Subida dos Mudos” da rodovia estadual RR-171.
Na comunidade Água Fria, caminhões fazem a baldeação de cargas para comerciantes, porque a água invadiu a pista.
“Além do frete do caminhão, preciso pagar outros veículos para fazer o baldeamento da carga. É um descaso”, relatou a comerciante Francisdalva Ramos.
Julimar Sena, que ainda não consegue calcular exatamente o total dos estragos da cheia, ao menos já descartou óbitos por conta da situação. “Mas estamos alertas pra que, caso aconteça, acionemos o Estado pra fazer uma ação”, destacou.
O coordenador da Defesa Civil disse, então, que o órgão foca os esforços em enviar informações à população para protegê-la das cheias. Ele exemplificou o caso da região do Água Fria.
“Quem vai pra região do Água Fria, por exemplo, que não vá de caminhão. Procure evitar a estrada, tome cuidado pra não causar acidente. E onde está rompido, nós fazemos o isolamento da área”, destacou.
O secretário municipal de Obras, Silvano Alves, adiantou que acessos a comunidades como Mutum, Flexal, Tamanduá e à sede da cidade, além da vicinal Caracaranã têm previsão de reparos por parte da Prefeitura de Uiramutã.
“Estamos com uma máquina e uma caçamba. Agora a situação dos rios só dá passagem quando baixam”, declarou.
Governo
O governo estadual disse aguardar as informações da coordenadoria do Município para executar as estratégias de socorro emergencial em atendimento aos moradores das localidades próximas.
“É importante ressaltar ainda que o trabalho no Município também tem contado com o apoio de outros órgãos, como a Secretaria de Infraestrutura [Seinf], que se encontra na região desde a semana passada realizando a recuperação de trechos de estrada, principalmente em pontos considerados críticos”, disse.
A Seinf também prometeu solucionar e tornar novamente possível o tráfego de veículos e pessoas no Município.