“Conhecer para combater e prevenir”. Esta é a principal orientação repassada pela equipe do Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) – durante palestras sobre violência doméstica.
Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Chame realizará várias atividades, e a primeira delas ocorreu logo no inicio da manhã desta segunda-feira, 6, no posto de saúde do bairro Pricumã.
Quem foi até a unidade em busca de atendimento, pode sair de lá bem mais informado sobre o assunto. Adriana dos Prazeres, psicóloga do Chame, relatou que a receptividade da população foi ótima. Ela explica que, para combater com eficácia, tanto dentro quanto fora de casa, é preciso conhecimento, saber as causas e as características deste tipo de violência.
“Embora a gente saiba que muitas mulheres vivenciam este drama, ele acaba ficando só no âmbito familiar. Por esta razão o Chame procura chegar até as pessoas e falar como ocorre, que não é só a violência física, mas a violência psicológica que está muito velada nos lares das pessoas”, detalhou Adriana.
Mesmo com toda a divulgação, bem como todas as formas de atendimento e acolhimento, a psicóloga explicou que a prevenção precisa ser trabalhada também nos homens, “que muitas vezes não têm consciência do mal que estão causando, não só as mulheres, mas aos filhos e os demais familiares que estão dentro desse contexto familiar”, alertou Adriana.
O alerta maior, segundo orientações da psicóloga, está relacionado às características da violência psicológica, que pode ser o início de tudo, conforme Adriana.
“Xingamentos, humilhações, tentar controlar essa mulher, em relação a sua liberdade de locomoção, no sentido de não deixá-la trabalhar, querer manter o controle sobre ela”, listou a psicóloga ao alertar que muitas mulheres podem não enxergar essas atitudes como violência e acabarem confundindo como uma forma “carinhosa de cuidado”.
O mesmo pensamento combativo tem o gerente financeiro Daniel Pontes. Para ele a tecnologia hoje é uma das ferramentas principais para a divulgação das informações e também para a defesa das mulheres.
“Hoje temos acesso mais rápido a todo tipo de informação e podemos nos comunicar de forma dinâmica e às vezes em tempo real. Penso que as mulheres que hoje sofrem esse tipo de violência, não devem ficar caladas, precisam se comunicar, denunciando, dizendo o que está acontecendo, às vezes dentro da própria família”, opinou o gerente financeiro.
Ele afirmou que o homem, independente de ser da família ou não, precisa ajudar. “Às vezes você escuta do lado da sua casa, vizinho batendo em uma mulher, algo parecido, você pode denunciar ou ligar para polícia ou para o próprio Chame”, acrescentou.
Calendário – As atividades que iniciaram dia 6 de março seguem até o dia 11.
No dia 7, conforme a procuradora adjunta da Procuradoria Especial da Mulher, Sara Patrícia, a equipe técnica do Chame, estará ministrando palestras sobre direitos da mulher e dispositivos de segurança entre as 8h30 e 10h30 da manhã e 14h30 e 16h30 da tarde, para jovens e adolescentes do projeto Crescer da Prefeitura de Boa Vista, no pólo do bairro Calungá, localizado na avenida Surumu.
Na sequência, haverá capacitação na Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), promovido pelo Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Com informações da SupCom ALE-RR