O presidente da Companhia Energética de Roraima (CERR), Augusto Iglesias, informou que o Ministério de Minas e Energia (MME) determinou, durante reunião em Brasília, que a empresa roraimense vai continuar atuando mesmo após a perda de concessão, que ocorre no dia 31 de dezembro. A partir do dia 1º de janeiro de 2018, a CERR vai prestar serviço a Eletrobras até o final do ano, quando encerra o prazo da privatização do Governo Federal.
“Não foi discutida a concessão, uma vez que nem a Boa Vista Energia a possui. Agora estamos trabalhando na elaboração do contrato”, disse Iglesias, acrescentando que o lado bom do processo é que as despesas da companhia serão bancadas pela União, especificamente pela Reserva Global de Reversão (RGR).
Em relação às concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, Inglesias relatou que a meta do ministro Fernando Bezerra é o enxugamento da máquina e eficiência, pensando na privatização.
Diante do exposto, o presidente informou que é a favor da ideia, já que por ser uma empresa, a CERR precisa ser eficiente e gerar lucro. “Qualquer empresa é passível disso”, disse.
O presidente afirmou que o trabalho social desenvolvido pela companhia junto às comunidades indígenas do Estado foi destacado durante a reunião. Dois representantes indígenas estiveram na audiência externando a preocupação com o fim da concessão e a descontinuidade de serviço. O ministro Bezerra informou que administraria o contrato para que a CERR não seja prejudicada e os patrimônios sejam preservados.
Dentro do cenário político brasileiro, no que diz respeito ao setor energético, Iglesias ressaltou que conquistaram o melhor que poderiam ter e que era a melhor alternativa. Também foi apresentada ao ministro a preocupação em relação ao patrimônio da CERR, como as linhas de transmissão, distribuição e a Usina de Jatapu, no Município de Caroebe, ao Sudeste de Roraima.
Conforme relato do presidente, o ministro Bezerra alertou que a bancada estava preocupada com a concessão, mas que nem a Eletrobras a tinha. “Ele disse que o importante é continuar trabalhando e gerando emprego, e como já estamos instalados em todo o Estado, continuar prestando serviço à população”, disse Iglesias. Ele alertou que pode haver enxugamento, mas o objetivo do Governo é mesmo privatizar todas as empresas do Norte do Brasil.
DEMANDA – Iglesias informou que há um pleito junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação ao combustível que gastam diariamente. Por Roraima ser um sistema isolado, tem direito de receber dinheiro da Aneel e da Eletrobras. Em gestões antigas, a CERR não forneceu as informações necessárias e não tiveram acesso aos recursos. Agora, estão pleiteando para que possam sanear e ter dinheiro caso haja rescisões contratuais. (A.G.G)