O recém-empossado presidente da Companhia Energética de Roraima (CERR), Augusto Iglesias, esteve reunido, na manhã de ontem, no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, com o ministro Fernando Coelho para expor a situação em que se encontra a estatal diante da portaria ministerial, que não renovou a concessão da empresa a partir do dia 1º de outubro deste ano.
Apesar de o ministro ter garantido analisar a situação, a companhia vai entrar com medida judicial paralelamente a fim de tentar anular a portaria. “Não estamos satisfeitos, por isso agiremos judicialmente. O ministro nos entendeu e agirá política e administrativamente, enquanto nós entraremos de forma jurídica para tentar anular a portaria. Temos argumentos para isso”, disse Iglesias ao ressaltar que falou ao ministro principalmente da preocupação com os inúmeros consumidores e com os 700 funcionários ativos na empresa atualmente.
Após apresentar a história de 47 anos da CERR no Estado, beneficiando inclusive comunidades indígenas e ribeirinhas do Baixo Rio Branco, isoladas no extremo Sul do Estado, o presidente questionou ao ministro sobre os prejuízos ao Estado se ela fechar as portas. Segundo ele, sensibilizado, o ministro Fernando Coelho garantiu que vai analisar e encontrar uma maneira até de manter os funcionários trabalhando.
Iglesias acredita que provavelmente poderá ser dada uma prorrogação ao prazo para o fim da concessão. “Ele se sensibilizou porque é espantoso uma empresa deixar de existir, afetando os consumidores de todo o Estado, que são beneficiados há anos, bem como os funcionários que trabalham para levar essa energia. É preocupante. A portaria foi emitida por ele, então alguma coisa deve ser feita para contornar a situação”, frisou.
O presidente relatou que a CERR está aberta a negociações e diálogos. Apesar disso, ele disse que espera que haja tempo para que a nova diretoria possa reestruturar a empresa. Iglesias disse que o ministro se sensibilizou com a situação e que em 15 dias dará um retorno com alguma atitude que seja favorável para ambos os lados. “Se a meta do Governo Federal é privatizar, temos que nos adequar a isso”, frisou.
Também estiveram presentes na reunião o diretor-financeiro do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (STIU-RR), João do Povo, o senador Telmário Mota (PDT) e o secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fábio Lopes.
Segundo Iglesias, também foi informada ao ministro a injustiça que está sendo cometida contra o Estado. “Como que a gestão compartilhada, onde os principais gestores eram da Eletrobras, levou a CERR a essa situação?”, questionou ao ressaltar que a culpa não é do Estado, já que quem estava na gestão era a Eletrobras. “Essa gestão levou a CERR ao caos e agora vão tomá-la de graça?”. (A.G.G)