A PEDIDO DO MP

Cerr confirma demissão em massa de funcionários

Companhia que já foi responsável pela energia do Estado pode demitir até 261 empregados a dias do prazo final de liquidação

Cerr confirma demissão em massa de funcionários Cerr confirma demissão em massa de funcionários Cerr confirma demissão em massa de funcionários Cerr confirma demissão em massa de funcionários
Funcionários da Cerr protestam contra demissão em frente ao Governo (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Funcionários da Cerr protestam contra demissão em frente ao Governo (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Pela primeira vez, a Companhia Energética de Roraima (Cerr) admitiu publicamente que vai demitir funcionários sem função desde 2017, quando a sociedade de economia mista perdeu o direito de gerar e distribuir energia.

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A Cerr divulgou a declaração nesta quinta-feira (19), um dia após centenas de empregados realizarem um protesto em frente ao Palácio Senador Hélio Campos. O grupo cobra o enquadramento permanente na folha salarial do Governo.

Em nota, o companhia disse que vai atender uma recomendação do Ministério Público de Roraima (MPRR) para promover a decisão de empregados públicos “cujas funções não sejam necessárias para a finalização do processo de liquidação”.

Por outro lado, a gestão de João Alfredo de Souza Cruz diz adotar “todas as medidas necessárias” para garantir os direitos trabalhistas dos empregados celetistas.

A Cerr foi criada em 1969 para fornecer energia elétrica para Roraima. Até o fim de sua concessão, há oito anos, a empresa pública abastecia apenas o interior do Estado.

Na ocasião, essas operações passaram para a então Eletrobras Roraima e, em 2018, para a Roraima Energia.

Recomendação do MP à Cerr

Companhia Energética de Roraima (Foto: Arquivo FolhaBV)

No último dia 11, o promotor João Xavier Paixão recomendou que a Cerr rescinda, em até dez dias, todos os contratos de funcionários que se tornaram desnecessários após o fim da concessão.

Ele disse haver “motivos legítimos, suficientes e razoáveis para justificar a imediata adoção de tal medida”.

Assim, ele sugeriu a manutenção apenas da “estrutura mínima de pessoal necessária” para a sequência da liquidação.

Além disso, Paixão recomendou um plano efetivo para que, em até 60 dias, a Cerr adote “medidas concretas” para consumar esse processo.

O MP promete medidas judiciais e extrajudiciais caso a companhia não atenda a recomendação.

Desta forma, a gestão estadual tem até dez dias para informá-lo sobre as medidas adotadas sobre o caso.

Demissão pode atingir 261 funcionários

Segundo o órgão ministerial, a Cerr possui 261 funcionários com funções necessárias apenas na época da companhia. Entre elas, estão: operador de usina, eletricista, auxiliar de enfermagem do trabalho, motorista, mecânico de veículos, mecânico de máquinas e engenheiro.

Por lei, a companhia tem até 30 de junho para a extinção. Além disso, os antigos servidores devem ser reenquadrados no quadro funcional do Governo.

No entanto, o promotor considerou, na recomendação, que o enquadramento de empregados públicos nos quadros estaduais é ilegal. Segundo ele, esse ingresso deve acontecer por concurso público.

João Xavier também considerou que o prazo original do processo de extinção está “muito superado”, pois a companhia permaneceu com todos os empregados mesmo após perder a concessão. Esse prazo foi prorrogado por três vezes desde 2022.

“A continuidade do pagamento integral da folha de pagamento da CERR, notadamente em favor de colaboradores que há muito não desempenham a atividade finalística da companhia, principalmente pela perda da concessão para distribuição de energia elétrica no Estado de Roraima, poderá configurar a prática dolosa de ato de improbidade administrativa lesivo ao erário”, disse o promotor na recomendação.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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