Cotidiano

Centros de Especialidades Odontológicas funcionam de forma precária, segundo MP

Falta de material e problemas em equipamentos estão causando problemas no atendimento odontológico que deveria estar sendo oferecido à população

Uma diligência do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), realizada na manhã de ontem, 1º, nos dois Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) da capital constatou que as duas unidades tanto de responsabilidade do Município quanto do Estado apresentam problemas que estão prejudicando o atendimento aos pacientes da rede pública.

A visita da promotora de Defesa de Saúde, Jeanne Sampaio, foi acompanhada pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO) e pela Vigilância Sanitária. Os problemas nos dois CEO’s estão relacionados à falta de insumos e materiais necessários para as consultas, falta de profissionais, além dos equipamentos das duas unidades que ou estão quebrados ou ainda estão na caixa aguardando instalação.

De acordo com a promotora, no CEO de responsabilidade da Prefeitura de Boa Vista, o atendimento odontológico está suspenso há uma semana porque não tem insumo nem material e porque os equipamentos do local estão com defeitos, aguardando conserto.

“Nós encontramos equipamentos com defeito, o que está dificultando o funcionamento da unidade, tanto que desde a última quinta-feira, eles não estão fazendo atendimento por conta da falta de um disjuntor que impede que o equipamento seja ligado. Enfim, têm vários outros problemas que estão impedindo que eles façam uma boa prestação de serviço ali no Centro”, afirmou a promotora.

No Centro de responsabilidade do Governo do Estado, o atendimento não foi suspenso, mas também está sendo realizado de forma precária. Um dos motivos é a falta de insumos e deficiência de profissionais. Além disso, o caso dos equipamentos é mais intrigante. A promotora Jeanne Sampaio informou à reportagem que foram encontrados equipamentos ainda na caixa, aguardando a instalação.

“Encontraram equipamentos que deveriam estar instalados ainda dentro da caixa. Um aparelho para realização de raio-x panorâmico. A sala está pronta, os outros equipamentos estão lá. Ele [o aparelho] foi recebido há um ano e eles ainda não colocaram para funcionar”, informou. Outro problema sério encontrado no CEO estadual é que existe uma fila de espera de pacientes que passa de 700 pessoas. No entendimento da promotora Jeanne Sampaio, a falta de materiais, profissionais e equipamentos são os motivos dessa longa fila, aliada à suspensão do serviço pela rede municipal.

No serviço de laboratório de prótese dentária, por exemplo, que já deveria estar funcionando há dois anos, nós tivemos notícias de paciente que faleceu antes de ter acesso ao serviço. A gente percebeu uma falta de profissionais diante da demanda muito grande e poucos profissionais para atender.

PROVIDÊNCIAS – Diante do quadro encontrado pelo Ministério Público, a promotora de Saúde informou à reportagem da Folha que vai aguardar os relatórios do CRO e da Vigilância Sanitária, além de colher informações junto aos gestores municipal e estadual. A medida será para cobrar do Estado e Município para que tomem providências para os problemas que foram apontados.

OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com as Secretarias de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista e do Governo do Estado para saber os motivos que levaram aos problemas encontrados pelo Ministério Público, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria, às 19 horas.

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