Após a confirmação do segundo foco de aftosa na Colômbia, esta semana a Superintendência Federal da Agricultura em Roraima (SFA/RR) decidiu intensificar a fiscalização na fronteira com a Venezuela, no município de Pacaraima, norte do Estado, para restringir, por tempo indeterminado, a entrada de produtos de origem animal a fim de resguardar a sanidade do rebanho bovino estadual.
Os auditores agropecuários federais estão realizando, em conjunto com técnicos da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), fiscalizações fixas e móveis em toda faixa de fronteira, abordando todos os veículos que adentrem o país, verificando se estão trazendo algum produto de origem animal que possa trazer o vírus, procedendo imediatamente à apreensão para posterior incineração.
Segundo a chefe do serviço de fiscalização agropecuária da SFA, Terezinha Brandão, a atuação dos auditores tem o caráter educativo e repressivo, impedindo qualquer tipo de produto de origem animal in natura. Desde o dia 26 de junho, quando foi reforçada a fiscalização, as carnes e produtos de origem animal oriundas da Venezuela apreendidos estão sendo incinerados e contabilizados em um relatório que será encaminhado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.
“Em parceria com a Aderr, estamos com uma barreira fixa na fronteira, outra na saída do município e uma móvel com o acompanhamento de policiais para impedir a entrada destes produtos de forma clandestina pelo mesmo caminho que é utilizado o contrabando de combustíveis. Nas abordagens, estamos também distribuindo uma cartilha contendo informações da Vigilância Agropecuária Internacional [Vigiagro] contendo informações sobre os itens que podem ser transportados sem oferecer nenhum risco à sanidade de nossos animais”, disse.
Terezinha relatou que, na semana passada, foram apreendidos mais de 40 quilos de carnes e queijos, além de 293 quilos de produtos de origem vegetal, os quais foram incinerados pelos auditores. “Com a confirmação e o comunicado oficial endereçado aos países fronteiriços, redobramos o número de fiscais e o monitoramento de todos os veículos que se deslocam da Venezuela para Roraima. Estamos acompanhando os boletins informativos em relação ao controle e circulação do vírus”, informou.
Brasil emite comunicado a países vizinhos e Venezuela faz controle
Desde a confirmação do surto de febre aftosa, mais precisamente na zona rural da cidade Yacopi, em Cundinamarca, na região andina da Colômbia, a Venezuela de imediato manteve o rígido controle na circulação de animais próximo a região de fronteira.
Segundo a Folha apurou, apenas está sendo permitida a circulação de animais para abate, cumprindo as determinações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que determina um controle rigoroso em regiões próximas aos locais de registro de foco da doença.
Autoridades do Ministério da Agricultura da Colômbia confirmaram um surto de febre aftosa naquele país, que faz fronteira com a Venezuela, nesta semana, e enviaram o comunicado aos países fronteiriços para que redobrem as fiscalizações e a imediata instalação de barreiras sanitárias, por tempo indeterminado.
A doença foi detectada na zona rural do município de Yacopí, em Cundinamarca, na região andina, distante da fronteira com o Brasil. No mês passado, a Colômbia registrou o primeiro caso da doença desde 2009, quando o país foi declarado livre da enfermidade. Em junho, a ocorrência do vírus foi no Departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela.
A entidade estatal notificou o caso à Organização Mundial de Saúde Animal no dia 24 de junho, ocasião em que as unidades sanitárias passaram a adotar medidas preventivas visando resguardar o controle de circulação de animais, bem como limitar a comercialização de produtos de origem animal. (R.G)