TERCEIRA IDADE

Casais do Cabelos de Prata oficializam união em casamento coletivo da DPE-RR

A cerimônia está marcada para o dia 16 de maio, no Parque do Rio Branco, na capital

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Marianete e David se reencontraram após mais de 50 anos (Foto: DPE-RR)

Três casais da terceira idade que participam do projeto Cabelos de Prata, irão oficializar a união na próxima edição do casamento coletivo “Enfim, Casados!”, promovido pela Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR). A cerimônia está marcada para o dia 16 de maio, no Parque do Rio Branco, na capital.

A próxima edição do projeto acontece em parceria com a Prefeitura de Boa Vista, Vara de Justiça Itinerante, Cartório 1º Ofício Loureiro e Cartório 2º Ofício Nathália Gabrielle Lago da Silva.

José Sales Lima, de 76 anos, e Cícera Pereira de Sousa, 73,  já vivem juntos há 56 anos e têm oito filhos. Vindos do Ceará, eles construíram uma vida em Boa Vista, onde moram há mais de 30 anos.

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O casal José e Cícera vão realizar o sonho de retificar os documentos dos oito filhos, após o casamento civil

Ao longo do tempo, Seu José trabalhou como garimpeiro e agricultor, e Dona Cícera foi merendeira e empregada doméstica. Atualmente, ambos são aposentados.

“Foi no dia 8 de outubro de 1968 que conheci minha primeira namorada”, relembra José.

Já Dona Cícera celebra a chance de, enfim, oficializar a união e realizar um desejo antigo.

“Eu estava conversando com as meninas do Cabelos de Prata e elas perguntaram quem queria casar. Eu disse: pois eu quero! Nunca deu certo da gente casar antes no papel, mas agora vai dar. A gente está muito feliz porque nossos filhos nunca foram registrados com o nome dele. Eu tinha medo de morrer e não conseguir colocar o nome do pai neles, vou deixar pelo menos essa alegria”, comemorou.

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Outro casal formador por Marianete Peres Xavier, 69, e David Rodrigues Filho, 76. Os dois se reencontraram depois de quase 50 anos. Marianete, que trabalha no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) e frequenta o projeto Cabelos de Prata, relembra o começo.

“A gente está junto desde janeiro de 2024. Eu ia segunda e quarta e ele ia terça e quinta. Um dia reuniram as turmas e a gente se reencontrou depois de muito tempo sem se ver. Começamos a conversar e estamos juntos desde então. Gostei muito dessa oportunidade do casamento que trouxeram para nós”, disse.

David, carpinteiro aposentado, descreve o reencontro como um presente divino. “Eu conheci ela quando ela era mocinha no interior. Em 1974 ela veio embora e eu já era casado. Passamos quase 50 anos sem nos ver. Fiquei viúvo, nos encontramos no Cabelos de Prata, e as coisas de Deus são maravilhosas, no tempo certo, na hora certa. Ela disse que queria casar, eu também quero, então vamos casar. E não quero mais me separar dela”, confidenciou.

A aposentada Lia Porto Gomes e Valdecir Menezes de Aguiar, estão juntos há 23 anos, e também decidiram oficializar a união. Lia conta que só recentemente conseguiu se divorciar legalmente do primeiro casamento. Quando surgiu a proposta do casamento coletivo, decidiu conversar com o companheiro, que prontamente aceitou.

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Lia e Valdecir vão oficializar a união de 23 anos

“A gente se conheceu quando eu morava no Pintolândia. Um dia ele apareceu lá, começou a frequentar minha casa, até que me perguntou se a gente podia viver junto. Nunca pensamos em casar antes, mas agora veio essa oportunidade. Eu acho essa iniciativa da Defensoria excelente, porque tem muita gente que não tem condição”, pontuou.

Para ela, o companheiro é essencial no dia a dia: “Ele é minhas mãos e meus pés, meu grande apoio”.

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