Moradores da comunidade indígena Napoleão, em Normandia, denunciaram um incêndio na casa de um idoso durante a Operação Xapiri-Omama, nesta quarta-feira, 25, supostamente ocasionado por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com a justificativa de que era um local de suporte ao garimpo ilegal.
O denunciante, que é morador da comunidade, informou que a equipe chegou por volta das 13h e foi impedida de entrar na comunidade. Em conversa com um agente do Ibama, os moradores desmentiram a suspeita de que a comunidade servia de suporte ao Garimpo Ilegal e pediram que todos se retirassem da entrada.
“Eles disseram que a casa era suspeita de ser casa de moínho para o garimpo mas não tinha nada lá. Era a casa de um senhor de idade, de palha, e queimou tudo. Ele teve prejuízo de eletrodomésticos e as demais coisas”, relatou o denunciante, que não quis ser identificado.
Revoltados, os moradores começaram conflito contra os agentes, que revidaram com bombas de efeito moral. Em vídeos registrados por moradores, mostra o momento em que os indígenas correm das bombas.
A operação iniciou na terça-feira, 24 e seguiu até esta quinta-feira, 26, com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funaj), Exército Brasileiro e Polícia Federal.
Procurado, o Exército Brasileiro, por meio da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, informou que no dia do ocorrido somente apoiou as comunicações e a logística de transporte de equipes da Polícia Federal (PF), da FUNAI e do IBAMA por meio de aeronave até as áreas de garimpo. Confira o posicionamento completo ao final da matéria.
Por sua vez, o Ibama negou o incêndio na residência e informou que foram realizados procedimentos de inutilização de estruturas de apoio à mineração ilegal em território protegido. Confira a nota completa abaixo.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que deflagrou a Operação Xapiri-Omama, entre 24 e 26 de junho, com objetivo de fiscalizar a mineração ilegal na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
A ação ocorreu em conjunto com a Polícia Federal, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e as Forças Armadas, seguindo também uma recomendação do Ministério Público Federal. resultando em apreensão e inutilização de balsa, motores e equipamentos empregados na atividade criminosa.
Os agentes envolvidos na operação constataram a ocorrência de danos ao meio ambiente pela remoção de rochas, escavação de sedimentos e utilização de produtos altamente tóxicos no entorno de corpos d’água de abastecem comunidades indígenas.
Em cumprimento à legislação vigente, foram realizados procedimentos de inutilização de estruturas de apoio à mineração ilegal em território protegido. Entretanto, não procede a informação de que houve destruição a qualquer residência.
A Operação Xapiri-Omama reforça a importância da integração entre órgãos de fiscalização ambiental e de forças de segurança, especialmente no enfrentamento ao garimpo ilegal em áreas protegidas da Amazônia Legal.
Nota do Exército sobre casa do idoso ser incendiada
Este Comando informa que no período de 23 a 28 Jun, está realizando a Op CURARETINGA, em cooperação com a Polícia Federal, IBAMA e FUNAI, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, com o objetivo de coibir crimes transfronteiriços e ambientais.
No a dia 25 de junho de 2025, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva apoiou as comunicações e a logística de transporte de equipes da Polícia Federal (PF), da FUNAI e do IBAMA por meio de aeronave até as áreas de garimpo.
A ação integrada das instituições resultou na inutilização de maquinários que apoiavam garimpos na região, tudo registrado no Termo de Inutilização das agências presentes no local.
Reitera-se que a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em cooperação com os demais órgãos federais, possui o compromisso com a proteção dos povos indígenas e o profundo respeito ao tratamento digno à população local.