Colégio Militarizado Irmã  Maria Tereza Parodi - Foto: Nilzete Franco/FolhaBV
Colégio Militarizado Irmã Maria Tereza Parodi - Foto: Nilzete Franco/FolhaBV

A FolhaBV recebeu uma denúncia de funcionários do Colégio Militarizado Irmã Maria Teresa Parodi, localizado no bairro Vila Jardim. Professores e servidores civis relataram episódios de Relatos de agressões verbais, intimidações e conflitos entre militares e a equipe pedagógica.

Segundo o denunciante, que optou por não ser identificado, após o período de inverno, os alunos eram mantidos na quadra da escola, em pé, por mais de 30 minutos sob forte calor, sem motivo aparente. Além disso, os estudantes seriam tratados com gritos e rigidez excessiva por parte de militares.

O relato também afirma que o número de militares prsente na instituição é insuficiente para o número de alunos e que o apoio necessário em eventos escolares sobrecarrega membros da equipe pedagógica, o que condicionaria os professores e funcionários a desempenhar uma função que não seria designada para eles.

Uma aluna teria sido alvo de gritos, exposição pública e exclusão injustificada de atividades escolares. A responsável pela aluna teria procurado o corpo docente e relatado que a adolescente apresentou crises de ansiedade e passou a evitar frequentar a escola estando hoje passando por tratamento psiquiátrico. Outros estudantes relataram episódios semelhantes, devido ao tratamento recebido pelos militares.

Sobre o relacionamento entre o Corpo de Alunos (CA), que é composto pelos militares, e a equipe docente, o denunciante afirma que os integrantes do CA são resistentes e afirmam não deverem satisfações à eles. “Isso rompe o princípio da gestão compartilhada e cria uma espécie de verticalidade militar incompatível com a escola”, contou.

A ameaça mais grave, segundo a denunciante seriam as falas de um dos militares à professores e alunos que procuravam relatar o caso à superiores. De acordo com a denúncia, um militar teria dito que “aluno maior de idade já aguenta pancada” e que “policial bate sem deixar marcas”.

“São falas lamentáveis aos nossos estudantes e que nunca poderiam ser proferidas dentro de uma unidade de ensino principalmente por quem deveria está orientando e protegendo”

O que diz a Seed

Procurada pela FolhaBV, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) afirmou que o servidor pertencente ao quadro da Polícia Militar foi afastado e que uma equipe esteve na escola na manhã desta quinta-feira (4) para colher os relatos de funcionários e alunos.

Veja a nota na íntegra:

A Secretaria de Educação e Desporto informa que tomou conhecimento da denúncia envolvendo a conduta de um servidor militar no Colégio Estadual Militarizado Irmã Maria Teresa Parodi, localizado no Conjunto Vila Jardim.

De forma imediata, o servidor pertencente ao quadro da Polícia Militar foi afastado preventivamente de suas atividades na unidade escolar. O caso já foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar de Roraima, que adotará os procedimentos necessários para a apuração rigorosa dos fatos.

Paralelamente, na manhã desta quinta-feira, 4, uma equipe conjunta da Secretaria Adjunta dos Colégios Estaduais Militarizados e da Polícia Militar esteve na escola para dialogar com a comunidade escolar, ouvir relatos e reforçar as orientações sobre condutas e protocolos institucionais.

A Seed reforça que não compactua com qualquer forma de violência, constrangimento ou desrespeito no ambiente escolar e seguirá acompanhando o caso até sua completa elucidação, garantindo a segurança e o bem-estar de estudantes e profissionais.