Cotidiano

Câmara aprova PEC que viabiliza prática da vaquejada

O texto, que foi aprovado por 366 votos favoráveis e 50 contrários, estabelece que não sejam cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, em manifestações culturais

Câmara aprova PEC que viabiliza prática da vaquejada Câmara aprova PEC que viabiliza prática da vaquejada Câmara aprova PEC que viabiliza prática da vaquejada Câmara aprova PEC que viabiliza prática da vaquejada

A Câmara dos Deputados aprovou ontem (10), em primeiro turno, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 304/2017 que viabiliza a prática da vaquejada e estabelece que “não haja crueldade às práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais”. O texto foi aprovado por 366 votos favoráveis e 50 contrários. Houve ainda seis abstenções.

Por se tratar de uma mudança na Constituição, eram exigidos ao menos 308 votos para a aprovação.

A proposta foi aprovada no Senado Federal e precisa passar por mais uma votação na Câmara, em 2° turno, para ser promulgada. Em outubro de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma lei do Ceará que regulamentava esse tipo de prática por entender que a atividade impõe sofrimento aos animais e fere os princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.

Acompanhando de perto a votação, o deputado estadual Brito Bezerra (PP), já conseguiu aprovar a nível estadual a Lei 1.139/2016 e a PEC 002/2017, onde ambas visam preservar a cultura da atividade da vaquejada em Roraima, como patrimônio cultural e imaterial do Estado. O parlamentar se reuniu com os deputados federais que compõem a bancada roraimense para pedir apoio dos deputados que se comprometeram e votaram favoráveis à PEC.

A prática da vaquejada é um dos esportes com uso de cavalo e boi, onde o animal é solto em uma pista e dois vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubá-lo pelo rabo. Além dessa categoria, que foi considerada pelo STF cruel, existem diversos tipos de prática, como corrida de cavalo, provas de tambor, de laço e outros tipos de manifestações culturais.

Diante da decisão do STF, o Congresso aprovou, em novembro de 2016, uma lei que tornou a vaquejada manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial. 

Sancionada pelo presidente Michel Temer.

“Portanto, se for concluída a aprovação da PEC e ser promulgada, a vaquejada estará assegurada pela Constituição”, disse Brito Bezerra ao lembrar que o texto aprovado em primeiro turno também destaca que as manifestações culturais envolvendo animais devam ser regulamentadas em lei específica que assegure o bem-estar dos animais. “A nível estadual já temos lei específica”, justificou o parlamentar.

Representantes da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq) acompanharam a votação da PEC. Segundo Abvaq, a atividade movimenta R$ 600 milhões por ano, geram 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos. Segundo dados, cada prova de vaquejada mobiliza cerca de 270 profissionais, incluídos veterinários, juízes, inspetores, locutores, organizadores, seguranças, transporte de animais, pessoal de apoio ao gado e de limpeza de instalações.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.