O índice de violência contra professores em escolas estaduais teve significativa redução após a implantação do Ensino Básico Militar (EBM) em 2016.
A informação é da psicóloga Maria Francimeire dos Prazeres Melo, da Divisão de Desenvolvimento Psicossocial, do Departamento de Educação Básica (DEB).
Conforme a psicóloga, as escolas Elza Breves de Carvalho (Conjunto Cidadão) e Luiz Rittler Brito de Lucena (Nova Cidade) tiveram os melhores resultados na redução dos atos de indisciplina e infracionais.
“Em 2016, o Departamento registrou 40 atos contra professores da escola Luiz Rittler Brito de Lucena. Ano passado, somente dois casos. Na escola Elza Breves, foram 30 casos em 2016 e apenas um em 2017. Esta é a maior referência na mediação e redução de conflitos entre alunos e professores”, declarou.
Além dessas duas primeiras unidades, outra com crescente redução da violência contra professores é a escola Irmã Teresa Parodi, no Residencial Vila Jardim. Ali, em 2016, foram registrados 19 casos e em 2017 não teve nenhuma ocorrência.
O mapeamento dos confrontos contra professores vem sendo feito desde 2016. Todos os atos infracionais são encaminhados para conhecimento do secretário de educação e em seguida à governadora Suely Campos (PP), atestando a eficiência do ensino militarizado nas escolas em que a metodologia foi implantada.
“Outro fator relevante é que as intermediações acontecem por meio da orientação pedagógica. Com base em regimento, a escola impõe penalidades que variam de advertência à suspensão, conforme a situação relatada pelo professor”, destacou.
SINTER – O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter), Flávio Bezerra, disse que todos os casos são atendidos diretamente pela Secretaria de Educação. Este ano, o sindicato fará um acompanhamento junto às escolas que registrarem tais ocorrências. A meta é o trabalho em parceria na orientação aos alunos para zerar os índices.
“Vamos trabalhar em 2018 enfrentando esses e outros problemas que venham ocorrer em sala de aula. Esperamos que o aluno se conscientize quanto ao papel do professor em sua formação intelectual, visando extinguir em definitivo os índices de violência contra o professor”, comentou.
INTERMEDIAÇÃO – Francimeire informou que todo ato de violência contra o professor é imediatamente comunicado pela direção da escola à Divisão de Desenvolvimento Psicossocial.
A Divisão dá ao professor o apoio necessário para fazê-lo sentir-se amparado, sem receio de voltar à sala de aula.
Casos mais graves são encaminhados para assistência imediata no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Alunos que cometam atos de violência contra o professor também são encaminhados à Divisão juntamente com a família. “A participação da família é fundamental neste processo. Se necessário, submetemos o aluno a acompanhamento nos centros especializados, possibilitando melhor convivência no ambiente escolar”, complementou.
NOVAS – Conforme definido pela Secretaria Estadual de Educação, para 2018 está prevista a implantação do Ensino Básico Militar em escolas da capital e do interior.
No interior serão atendidos os municípios de Rorainópolis, Caracaraí, Mucajaí, Alto Alegre, Pacaraima e Bonfim, expandindo para 15 o número de escolas militarizadas, em razão dos resultados obtidos.