Cotidiano

Cães também podem doar sangue

Medida é necessária para transfusão de sangue em caso de procedimentos cirúrgicos de outros animais, alertam profissionais

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Uma informação curiosa e que pode passar despercebida por muitos donos de bichinhos de estimação é a importância da doação de sangue dos animais. Assim como os humanos, os pets também precisam passar por procedimentos cirúrgicos e necessitam de transfusão de sangue. Em Roraima, a medida ainda é pouco conhecida e clínicas veterinárias solicitam o cadastro de doadores.

Segundo a médica veterinária Flávia Martins, os cães precisam receber o sangue quando apresentam anemia intensa, alguma célula sanguínea reduzida ou falta de hemácias e plaquetas.

Hoje são cerca de 20 cães cadastrados como doadores, mas o número poderia ser bem maior. Principalmente, em razão da necessidade dos animais que precisam da doação. Para isso, é importante sempre manter bolsas de sangue em estoque no caso da necessidade de um procedimento cirúrgico.

“Quando o animal chega, a gente faz os exames e vê que a taxa sanguínea dele está muito baixa e que ele precisa de uma transfusão sanguínea, é a hora que a gente tem que correr contra o tempo. É uma emergência”, comentou.

DOAÇÃO – Para doar, os cães precisam seguir alguns critérios pré-estabelecidos: ser dócil, ter mais de um e até sete anos, mais de 25 quilos, serem saudáveis, tomar vacina e remédio para verme regularmente, ter uma alimentação de qualidade, não ter sido infectados com alguma doença viral para não contaminar outro paciente, não ter tido as doenças do carrapato e nunca ter recebido doação. As fêmeas não podem ter tido filhotes e devem ser castradas. A doação de sangue não é restrita para cães de raça e é aberta para cachorros ‘vira-lata’, contanto que os animais estejam dentro dos critérios exigidos. 

Com relação às diferenciações do sangue, a veterinária explicou que os cães têm aproximadamente oito tipos sanguíneos, sendo os sete principais denominados DEA 1 a DEA 7. Na rotina dos profissionais, no entanto, a verificação da tipagem do sangue é um pouco mais complicada do que a dos humanos, portanto, outros testes são realizados para evitar que o animal rejeite a doação.

“Nós conseguimos fazer teste laboratorial, com muita segurança. A tipagem sanguínea não é tão obrigatória, o que é mais principal é a gente conseguir fazer com que esse sangue não seja rejeitado. Geralmente, a rejeição não acontece com muita frequência”, avaliou a especialista.

Doação pode ser mensal, afirma médica veterinária

Teoricamente, segundo veterinária Flávia Martins, o procedimento é simples e similar à doação de sangue dos humanos, sem deixar o animal debilitado. Ao fim da doação, por exemplo, os bichos ganham até um lanche especial com vitaminas e, se precisar, podem até receber um banho e vacinas. 

“O cão chega como candidato. A gente faz uma consulta, realiza exames bioquímicos e um hemograma. Estando bem, o animal está apto a doar. Geralmente a bolsa é de 460 ml de sangue. Assim, a gente pode colocar ele no cadastro e, quando necessário, podemos entrar em contato. O animal pode doar a cada mês, dependendo da alimentação e suplementação”, frisou.

No entanto, é preciso de uma parceria com os proprietários dos animais por conta da necessidade de transporte dos bichos de grande porte. “Não é sempre que nós temos a disponibilidade de buscar o cão, então, a gente precisa às vezes que o dono venha trazer o animal. Para isso, nós oferecemos também algumas vantagens para os doadores, como desconto em procedimentos e exames, além de consultas periódicas e vacina anual”, disse.

FELINOS – Assim como os cães, os gatos também devem fazer a doação de sangue, porém, não há registro do procedimento sendo realizado no Estado. A expectativa é que a medida seja implantada em breve. (P.C.)

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