Cotidiano

BV participa de Marcha de Conscientização da Endometriose

Evento tem como objetivo levar conscientização sobre a doença e solicitar melhoria nos atendimentos públicos de saúde para tratamento

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O pensamento de que o período menstrual é normalmente doloroso leva muitas mulheres a ignorarem um dos principais sintomas da endometriose. A doença atinge uma em cada dez, sendo sete milhões de brasileiras de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que na maior parte das vezes tiveram o diagnóstico tardio pela falta de informação e conscientização sobre a condição.

Com a tentativa de derrubar essa barreira e diminuir o tempo da descoberta da doença, geralmente estimado em oito anos ou mais, a 6ª Marcha Mundial de Conscientização da Endometriose (EndoMarcha 2019) acontece simultaneamente em 20 cidades brasileiras e em 70 países para encerrar as atividades alusivas ao “Março Amarelo”, que visa debater sobre a endometriose.

Boa Vista é uma das cidades que recebe o movimento neste sábado, 30, a partir das 8h no Centro Cívico. A ideia é fazer uma caminhada e panfletar para que o tema chame mais atenção da sociedade, comunidade médica e o pedido de políticas públicas para facilitar o acesso ao diagnóstico da doença e o tratamento na rede pública de saúde.

Para a coordenadora da EndoMarcha em Boa Vista, Nathália Veras, após longos anos sofrendo e ouvindo que as dores menstruais intensas que sentia eram “frescura”, o diagnóstico foi um alívio. 

“Queremos desmitificar que a cólica menstrual incapacitante é normal. A normal é aquela em que se toma um analgésico simples e se passa o resto do ciclo menstrual bem, mas aquela que impede de trabalhar, estudar e fazer atividade física pode ser endometriose”, relatou.

Além do primeiro sintoma de alerta, sentir dores durante ou depois das relações sexuais, prisão de ventre ou diarreia antes e durante a menstruação, dor e sangramento ao urinar também são sinais de endometriose. Nathália diz que 50% das mulheres acometidas pela doença podem ter problemas de infertilidade. “Mas é claro, nem toda portadora vai ter problema para engravidar”, informou.

TRATAMENTO – A endometriose também causa problemas na pélvis por conta de uma junção dos órgãos na localidade, o que causa uma dor mais intensa. O diagnóstico tardio pode ser explicado também pela falta de conversas entre a paciente e o ginecologista, já que a mulher pensa que não precisa relatar as cólicas que sente porque acha que é algo normal em todo ciclo.

Logo após a descoberta, começam outros desafios para a realização do tratamento gratuito em todo o País. Mesmo com os números alarmantes de mulheres com a doença, elas encontram dificuldades para ter acesso aos dispositivos que podem diminuir os problemas causados.

“É pouco conhecida e se dá pouca atenção justamente por conta desse mito. Ainda tem pessoas que dizem que é a ‘doença da mulher moderna’, mas não é. Antes, as pessoas diziam que as mulheres estavam doentes e acaba que não se discutia sobre esse assunto. Agora que falam e as mulheres deixam de ser escravizadas”, criticou.

Nathália é um exemplo de paciente que não conseguiu se adaptar aos métodos mais comuns e precisou recorrer ao chamado “chip da beleza”, um implante hormonal colocado sob a pele. Para isso, ela tem um custo de R$ 4.500 anualmente para manter o tratamento.

“Desconheço alguém que faça a cirurgia para endometriose no Estado. O tratamento medicamentoso a gente consegue, mas não são todos os medicamentos. A paciente de endometriose tem que se adaptar ao tratamento e não é assim. Eu fui assim, tentei de tudo e ainda tenho de tomar o remédio para o efeito colateral do anticoncepcional. O ideal seria a cirurgia”, lamentou.

Roraima foi o primeiro Estado a sancionar uma normativa para tratar do assunto nas escolas. Por meio da Lei nº 1.111/16, há ações de conscientizações sobre a endometriose nas unidades e também prestando apoio às mulheres que vão à Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa para obter mais informações.

SITE –  A organização do site “A Endometriose e Eu”  permitiu que mulheres e familiares pudessem compartilhar a vivência com a doença e ter mais informações sobre a condição por meio de postagens voluntárias. 

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