A praticidade aliada à falta de tempo tem feito com que muitos boa-vistenses optem por almoçar em restaurantes. No entanto, a alimentação fora de casa custa um alto preço aos consumidores. Em média, essas pessoas gastam cerca de R$ 400,00 por mês, o que representa quase 50% do salário mínimo atual, que é de R$ 880,00.
O proprietário de um restaurante localizado na Rua Deusdete Coelho, no bairro Caçari, zona Leste, Waldenir Benttes, disse que uma pessoa gasta em torno R$ 15,00 diariamente com alimentação em seu estabelecimento, onde o quilo está custando em torno de R$ 30,00. “Se incluirmos a bebida, como suco e refrigerante, ou ainda a sobremesa, o custo sobe para mais ou menos R$ 20,00”, informou.
Segundo ele, houve uma queda no faturamento geral dos restaurantes. “Observamos que muitas pessoas, inclusive próximas da gente, migraram para restaurantes que vendem no sistema prato-feito, que é mais barato. Nesses locais, o preço varia de R$ 10,00 a R$ 12,00 e, por esse motivo, muitas famílias têm optado por essa mudança”, comentou.
Existem pessoas que gastam ainda mais por falta de opção. “Na verdade, é uma questão de necessidade. Moro sozinho e, além disso, não tenho tempo de preparar a comida. Então, é mais prático almoçar em restaurantes próximos da empresa onde atuo. Confesso que é inviável financeiramente, mas eu ganho em tempo, que é o que me interessa nesse momento”, afirmou o estudante de engenharia elétrica, Hiago Sena, que trabalha em uma usina e tem remuneração superior a R$ 2 mil.
Sena afirmou que gasta em torno de R$ 150,00 por semana com almoço. “Eu vou variando os restaurantes que frequento porque alguns têm preços mais acessíveis do que outros. Geralmente, eu gasto cerca de R$ 30,00 por dia, só no almoço. Mas, além de almoçar, eu também compro lanche durante a tarde e janto. Os lugares que frequento funcionam no sistema prato-feito e também self service”, comentou.
Estabelecimentos em bairros longe do Centro têm preços mais acessíveis
No Centro da Capital, a maioria dos restaurantes trabalha com preços mais elevados do que aqueles que estão localizados na zona Oeste. No entanto, a falta de tempo, a localização e o gasto com combustível impedem que muitas pessoas optem por estabelecimentos onde a comida é mais barata.
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“Eu sempre vou a restaurantes próximos do meu trabalho, pois economizo tempo e dinheiro. A distância também é um fator que influencia na escolha do lugar, pois sabemos que a gasolina está muito cara e fica complicado ir a locais mais afastados”, comentou o estudante Hiago Sena.
A diferença de preço entre os restaurantes é notória. Em um estabelecimento na Avenida Major Williams, no Centro, que funciona de segunda-feira a domingo, o preço do quilo da alimentação está custando R$ 44,90.
“Trabalhamos no sistema self servisse. Já a marmita, para aquelas pessoas que preferem levar a comida, recebê-la em casa ou no trabalho custa R$ 17,50”, informou a proprietária do local, Teresa Venzel.
Segundo ela, o espaço possui um amplo buffet, com variedade de pratos quentes, saladas, churrasco e outros tipos de carne, além da comida oriental. “Em média, recebemos cerca de 500 pessoas diariamente”, complementou.
Em outro restaurante, localizado na Rua Padre Calery, São Francisco, zona Norte, o quilo da refeição custa R$ 32,90. Já o preço da marmita varia de acordo com o tipo de carne que o cliente escolher, de R$ 10,00 até R$ 15,00. “Mais de 100 pessoas vêm almoçar aqui todos os dias. Além disso, vendemos aproximadamente 90 marmitas diariamente, cobrando R$ 2,00 de taxa de entrega para os bairros mais afastados”, comentou a funcionária do local, Andressa Martinho.
Em bairros mais afastados do Centro da Capital, como em um restaurante localizado na Rua Nivaldo da Conceição Gutierrez, no Nova Canaã, zona Oeste, o preço da refeição é mais acessível, cerca de R$ 5,00. Assim como outro restaurante que fica na Rua Capitão Clovis da Costa, bairro São Bento, também na zona Oeste, onde o preço de uma refeição é de aproximadamente R$ 10,00. (B.B)
