Cotidiano

Banco de Leite ajuda a salvar vida e garante a saúde de recém-nascidos

Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareh tem 30 recém-nascidos internados na UTI precisando do leite materno

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A agrônoma Poliany Ferreira foi mãe pela primeira vez há nove anos. Desde o início da gestação, acompanhou o sofrimento da tia por conta de um ingurgitamento mamário (leite empedrado). Isso foi o que a sensibilizou e motivou a se tornar uma doadora de leite materno. Hoje a agrônoma amamenta a segunda filha, Aishayla, de dois meses, e doa parte do leite aos recém-nascidos do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN).

É comum ouvir histórias como a de Poliany nos corredores da maternidade. A assistente administrativa Fernanda Serrão, por exemplo, viveu uma experiência semelhante. Sua primeira filha, Sara, nasceu de forma prematura, com pouco mais de um quilo, e foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do local para avaliação.

“Durante os 53 dias que a Sara ficou internada, precisei retirar o leite para que levassem até ela. Começou ingerindo muito pouco e eu sabia que meu leite era muito importante para a saúde e recuperação da minha filha. Desde que recebemos a liberação médica e fomos para casa, ela começou a mamar de forma natural”, relatou.

E isso acontece até hoje, após mais de um ano. Fernanda continua inclusive sendo uma doadora efetiva do Banco de Leite do HMINSN. De acordo com a enfermeira e coordenadora interina do Banco, Letícia Quadros, a doação é crucial para a saúde dos prematuros que estão em processo de recuperação e com dificuldades para mamar em suas mães.

“Eleito pela OMS [Organização Mundial da Saúde], o leite materno é o melhor alimento do mundo. São várias substâncias que ajudam no desenvolvimento psicomotor do bebê, contribui para o sistema nervoso, formação dos neurônios, possui fatores de proteção para recuperação. Até que esse bebê possa tomar vacinas, ele será exposto a inúmeros patógenos e microrganismos. Por isso o leite materno é fundamental”, disse Letícia.

Segundo dados da OMS, o leite materno é capaz de proteger mais que vacinas e saneamento básico – até 13% das mortes por doenças evitáveis em menores de cinco anos são combatidas pelo alimento natural.

Mães precisam se conscientizar

Muitas mães em Roraima sabem da importância do alimento materno, por isso se cadastram como doadoras, mas ainda não é o suficiente. Em outubro, o Banco de Leite possuía 116 doadoras externas, que doaram quase 90 litros de leite. No mês anterior, esse número alcançou 208 doadoras e 108 litros. Em agosto, 68 mães doaram quase 62 litros de leite. O aumento expressivo do mês de agosto para setembro ocorreu por conta da Semana Mundial de Aleitamento Materno.

A informação mais atual do HMINSN é que no dia 22 de novembro, 30 recém-nascidos receberam quase três litros de leite doado. “Para atender a necessidade hoje, necessitaríamos ter em estoque aproximadamente 140 litros para o mês. Temos uma quantidade expressiva de doadoras, mas ainda necessitamos conscientizar mais mamães a se cadastrarem”, disse a coordenadora.

Letícia também ressaltou que o HMINSN atende não só os bebês nascidos em Boa Vista, mas em todo o Estado e até dos países vizinhos. “Tendo em vista que a maternidade tem essa responsabilidade, precisamos sim de mais doação para atender na integralidade de todos os bebês na UTI”.

Para aumentar o número de doadoras e orientar as novas mamães, os próprios servidores do HMINSN e do Banco de Leite realizam palestras rotineiras, explicando a importância do alimento materno, os cuidados na hora da amamentação, passando as instruções necessárias e sensibilizando as mães sobre a importância do voluntariado.

“As mamães foram nomeadas como nossas ‘Salvadoras de Vida’ há uns três anos. E isso é explicado para elas durante o período aqui, na maternidade, e nas palestras. Fora isso, constantemente divulgamos na mídia e também solicitamos às doadoras atuais, em um grupo que possuímos, para que falem com amigas e conhecidas”, disse Letícia.

Banco de Leite funciona 24 horas

A primeira coisa que uma mãe que quer ser voluntária deve fazer é verificar a produção de leite. “É simples, constatar se existe excesso: mamas cheias e inchadas, excretando leite espontaneamente, notar se a produção é realmente superior ao que o bebê precisa. Depois de constatado, basta entrar em contato”, explicou a coordenadora do Banco de Leite, Letícia Quadros.

O Banco de Leite funciona 24 horas por dia na maternidade, localizada na Rua Presidente Costa e Silva, bairro São Francisco, zona Norte. A mãe pode entrar em contato também através o Disque Amamentação: 0800 728 0144 ou pelos ramais da própria maternidade 4009-4909 ou 4009-4939. “Fazemos uma coleta de dados pessoais, um cadastro simples e pronto. Todos os dias pela manhã o Corpo de Bombeiros de Roraima, uma parceria que existe com a maternidade, passa nas casas das doadoras conforme o mapa dos bairros para fazer a coleta. Tudo esterilizado, com segurança e cautela para que não haja contaminação”, frisou. (C.C.)

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