Cotidiano

Aves de canto são apreendidas no Cantá

Cerca de 45 aves silvestres, entre curiós, canários e patativas, estavam em gaiolas e foram devolvidas à natureza

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Os crimes ambientais são uma constante no Estado. Só este mês, o Departamento de Fauna da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) apreendeu, de 20 criadores ilegais, aproximadamente, 45 aves silvestres de canto, entre curiós, canários e patativas. As gaiolas foram destruídas e os pássaros devolvidos à natureza.

De acordo o chefe do departamento, Saymon Oliveira, as apreensões ocorreram no Município do Cantá, Centro-Leste do Estado, e cidades do Baixo Rio Branco, Sul do Estado, como Caracaraí, Rorainópolis e São João do Baliza. A maior parte das aves engaioladas estava no Cantá. Devido à época da piracema (quando os peixes se reproduzem), várias redes de pescas também foram apreendidas e os infratores flagrados podem pagar multas que variam de R$500,00 a R$5 mil, conforme o tipo e a quantidade de equipamento de pescaria.

Segundo Oliveira, os criadores ilegais das aves foram autuados e terão 20 dias para apresentar defesa ao departamento jurídico da Femarh. A multa pode chegar até R$500,00 por pássaro apreendido. Para aqueles cuja multa não ultrapassar R$1 mil, ou seja, duas aves, poderão ser isentos. “Alguns criadores ilegais mantinham em gaiolas uma ou duas aves, outros até quatro”, disse ao frisar que os infratores também responderão por processo administrativo, civil e penal, junto ao Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR).

Ele disse que a atuação de combate a crimes ambientais é constante, tendo em vista que a fauna não se recupera rapidamente. “Durante 15 dias deste mês, percorremos estradas e vicinais para coibir as práticas ilegais”, disse ao acrescentar que o abate ilegal de animais pode causar desequilíbrio irreparável ao meio ambiente. “Uma anta possui período de gestação de 12 meses. É um período muito longo, que, às vezes, pode impactar na reposição da espécie”.

Ele também cita como exemplo a situação das tartarugas. Disse que até a década de 80, desovavam em cada praia do Baixo Rio Branco, aproximadamente, três mil tartarugas. “Hoje, não é possível encontrar 5% desse número. Não chega a 300 tartarugas em desova. Levamos dois meses para catalogar duas mil cobras num perímetro de 15 quilômetros, número considerado baixo. Geralmente, uma tartaruga que levou 200 anos para tingir determinado tamanho é comercializada ou trocada por produtos de baixo valor, como uma garrafa de cachaça”, disse.

Oliveira informou ainda que, em muitos casos, os pássaros são criados em gaiolas para cantar, o que favorece a comercialização. “O criador ilegal já sabe a técnica para ensinar um passarinho a cantar. Ele deixa o pássaro que já é cantor próximo à gaiola do que está aprendendo. Uma ave chega a ser vendida por até R$1,2 mil”, informou.

Além da proteção da fauna, o órgão também atua para coibir queimadas ilegais, obstrução de igarapés por meio de barragem e desmatamento irregular. Quem desejar denunciar alguma contraversão ambiental poderá entrar em contato pelo telefone (95) 2121-9165. “É importante que o denunciante, que pode ser anônimo, informe todas as coordenadas e pontos de referências”, frisou.

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