Cotidiano

Aumenta procura por aluguéis baratos

Pela proximidade com o país de origem, os imigrantes começaram a se estabelecer em Roraima

O ano foi 2015. Ainda aos poucos, se constatava a chegada de venezuelanos. Pela proximidade com o país de origem, os imigrantes começaram a se estabelecer em Roraima, principalmente, na capital.

Três anos depois, muitos ainda pensam que os venezuelanos só ocupam locais públicos. No entanto, desde o início da crise, donos de vilas e condomínios da capital constataram aumento na procura por moradia.

Os apartamentos são preferidos por causa do preço acessível. É o caso de um condomínio no bairro São Francisco. No local, há três venezuelanos dividindo um quarto.

Conforme o responsável pelo condomínio, o mestre de obras Pedro Soares, a procura começou a cair há três meses. “Normalmente, recebo três imigrantes por dia aqui, todos procurando um apartamento”, disse.

Um dos venezuelanos que mora no condomínio é Elkis Ortega, natural de Maracay. Há oito meses no Brasil, ele contou que passou o primeiro mês morando na rua em busca de emprego.

Na Venezuela, trabalhava como motorista, mas logo garantiu uma vaga como auxiliar de depósito em uma construtora da capital. Este mês, ele completou quatro meses no condomínio.

Ortega compartilha o apartamento com mais dois venezuelanos, que também já garantiram emprego no Estado. Eles dividem o aluguel de quase R$ 500,00, que inclui água e energia elétrica. “Vamos ficar aqui por enquanto, mas quando conseguirmos um local maior, poderemos nos mudar”, disse. O objetivo do imigrante é voltar para o país quando conseguir estabilidade financeira e reencontrar a família.

Em uma vila no bairro 31 de Março, a procura por parte dos imigrantes resultou em dois contratos fechados. Um dos moradores é o gastrônomo José Tadeo, natural de Margarita. Há dois anos e meio em Roraima, ele tentou trabalhar em restaurantes desde o dia que chegou, mas não obteve sucesso. Após um período de economias, conseguiu montar o próprio negócio na vila onde mora.

No começo, ele contava com duas mesas e alguns bancos para vender os pastéis que produzia, desde a massa. Atualmente, o local já consegue atender mais de 10 pessoas. “Com o dinheiro que eu guardei consegui estruturar do jeito que eu queria, com mais mesas, cadeiras, uma decoração e os equipamentos de cozinha que eu precisava, como fogão, geladeira e aparelhos”, informou.

Junto à esposa, que também é venezuelana, ele produz e vende pastéis, arepas e diversas refeições pelo preço de R$ 9,00 aos clientes, em maioria, venezuelanos.
Para o futuro, ele espera ampliar o negócio, abrir mais restaurantes e ajudar a família que ficou na Venezuela. “Estamos aprendendo a língua e nos programando para ampliar o negócio”, falou.

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