Cotidiano

Associações de catadores cobram promessas da Prefeitura

Famílias retiradas do local há três anos relatam que o executivo municipal de Boa Vista não está cumprindo contrato

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FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

“A situação é triste. Às vezes precisamos nos submeter a entrar no local de forma clandestina”. Esta foi a frase da presidente da Associação de Catadores Global, Izabel Sousa. Há três anos as associações Terra Viva e Global, assim como a cooperativa Unirenda foram retiradas do aterro sanitário que havia se tornado um lixão a céu aberto. Na época houve um acordo com o poder público municipal para que os catadores recebessem ajuda para se manter, mas as associações garantem que o município não está cumprindo com as promessas feitas.

Izabel Sousa relatou ainda que a situação dos catadores da associação Global está cada dia, mais dramática. Os catadores lucravam em torno de R$ 150 por semana, hoje o mesmo valor é o lucro que recebem em um mês inteiro. Ela afirmou que falta a prefeitura liberar o galpão com as ferramentas básicas para se trabalhar com material reciclável, como a prensa e balança.

“Passamos por todo tipo de dificuldade, já vivíamos na incerteza e agora está mais difícil ainda, passamos dificuldade com alimentos, dívidas de água e luz”, lamentou Izabel, que continuou dizendo que ainda há disputa com venezuelanos pelo mesmo tipo de trabalho.

A associação Terra Viva também lida com o problema de queda de renda, mas tem outros dois agravantes: a falta de um documento que garanta o atual lugar em que estão e o dinheiro empregado no aluguel de um carro para catar o lixo.

Como o carro de lixo municipal tem dia e hora marcada para o recolhimento de lixo, a Terra Viva aluga um carro para pegar o material que sobra, mas o valor do aluguel mensal é alto, gira em torno de R$ 8 mil. E a renda de cada catador da associação, que antes chegava até R$ 1,5 mil, hoje não passa de R$ 400.

Já a falta de um documento que garanta a permanência dos catadores impede que a associação faça melhorias no local. Um dos planos era construir um barracão para os catadores cumprirem o trabalho protegidos do sol, um engenheiro chegou a realizar o projeto que foi barrado pela falta do documento.

A coordenadora-geral do Fórum de Lixo e Cidadania, Rita de Cássia de Souza confirmou que o termo de Ajustamento de Conduta foi anunciado pela Prefeitura, mas não soube afirmar se está sendo cumprido. Mas afirmou que o Fórum de Lixo e Cidadania tem acompanhado o trabalho feito pelas associações e pela cooperativa, apesar de não lidarem com catadores avulsos.

“Temos a associação Terra Viva, a associação Global e a cooperativa Unirenda. Os trabalhos que desenvolvemos com foco nessas organizações e as demandas são feitos através delas que lidam com quem pode se agregar a estas organizações. Como fórum não podemos pegar pessoas avulsas”, explicou Rita de Cássia Souza.

O OUTRO LADO – Entramos em contato com a assessoria da Prefeitura de Boa Vista, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.

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