Cotidiano

Áreas de preservação ambiental usadas para descarte de lixo

A equipe da Folha percorreu alguns bairros da capital e constatou o despejo inapropriado de lixo em áreas de preservação ambiental. Foram encontrados materiais que vão desde lixo orgânico, móveis antigos, roupas infantis até restos de televisores. 

Thamires dos Santos mora no bairro Dr. Silvio Leite e reclamou sobre a falta de consciência de alguns moradores que insistem em jogar todo o tipo de lixo nas proximidades do lago “Caranãzinho”. 

“Tem morador que vem de bem longe só para jogar lixo ali. À noite, jogam até bicho morto e o forte cheiro entra nas nossas casas por vários dias. Tem um campinho de futebol atrás dos entulhos e as crianças brincam livremente por essa área. Se houver riscos à saúde, elas serão as primeiras a ficar doentes. Outra preocupação é quando chover. Se acontecer uma enchente, esse lixo entrará na minha casa”, relatou Thamires.

No bairro Jardim Caranã, Maria Lucena fez a mesma reclamação. 

“Moro há 16 anos aqui e dificilmente vejo alguém recolhendo os lixos. Somos um povo esquecido pelos responsáveis que limpam apenas os bairros do Centro. Alguns terrenos são particulares e o que escutamos é que ninguém quer assumir a responsabilidade para não ser multado. Outros são áreas proibidas para construir por serem de preservação e aproveitam para entulhar todo o tipo de material sem pensar que eles também são afetados pelo foco de doenças,” desabafou Maria.

O descarte inadequado de lixos eletrônicos no meio ambiente pode trazer riscos de contaminação por serem objetos fabricados com substâncias tóxicas, como chumbo e mercúrio. Segundo informações da cartilha de Vigilância Sanitária, é importante que autoridades responsáveis tenham controle do descarte do lixo nas cidades. 

Riscos ambientais e sociais são de responsabilidade municipal, mas é importante que a população também seja educada para a forma correta de descarte, com intuito de evitar transtornos no período chuvoso que se aproxima.