Cotidiano

Apesar da greve, bancos atendem aposentados, pensionistas e doentes

Apesar da greve, bancos atendem aposentados, pensionistas e doentes Apesar da greve, bancos atendem aposentados, pensionistas e doentes Apesar da greve, bancos atendem aposentados, pensionistas e doentes Apesar da greve, bancos atendem aposentados, pensionistas e doentes

Completando duas semanas hoje, a greve dos trabalhadores dos 46 bancos do Estado de Roraima tem provocado dificuldades a uma parcela da população que precisa realizar saques, depósitos ou pagamentos de alta quantia nas agências. Para evitar maiores prejuízos, a saída tem sido as casas lotéricas que, apesar do limite diário imposto para os serviços, efetuam os procedimentos.

Diante das dificuldades da população, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado de Roraima (Sintraf), Adauto Andrade, informou que, nos casos de motivo de saúde comprovados, ele ressaltou que os atendimento nos bancos sempre serão realizados para o bem da população.

Conforme Andrade, algumas agências estão abrindo cerca de uma hora por dia, variando o horário de banco para banco, a fim de atender idosos, pessoas que possuem algum tipo de doença, beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e mulheres que estão em maternidade.

“A população não tem culpa pela greve. Os horários variam porque os sistemas são diferentes de banco para banco”, ressaltou. Segundo o presidente da entidade sindical, 90% dos municípios de Roraima possuem agência bancária.

“A greve é legal, conforme a lei. Mesmo se não houvesse o atendimento especial aos idosos e beneficiários, a contingência de 30% está sendo cumprida”, frisou ao ressaltar que, com o atendimento ao público específico, a contingência já passa de 40%. Segundo ele, o correto seria o funcionamento apenas dos caixas eletrônicos para serviços como depósito, saques e transferência. Mas, apesar disso, ele disse que sempre vai haver funcionários na agência para folha de pagamento e outros serviços internos.

DIFICULDADES – Quem não tem prioridade acaba sendo obrigado a enfrentar transtornos. Segundo o motorista Francisco Cláudio, a principal dificuldade é a corrida às lotéricas para evitar filas quando o pagamento do salário dos servidores sai. Além disso, segundo ele, o valor total do salário fica comprometido em razão do limite de saque nas lotéricas. “Às vezes só consigo sacar metade da quantia”, disse. Morador de um apartamento no Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, zona Oeste, o motorista disse que sente dificuldade também para pagar o aluguel.

“Geralmente, a impressão do boleto é feita no próprio banco, pois é melhor pra mim. Com a greve, eu preciso ir a uma lan house para imprimir e, às vezes, nem consigo. Sem contar que preciso pagar para usar a internet”, relatou.

A greve dos bancários também prejudicou a pedagoga Luciana Vieira, que com o salário do mês atrasado, quase perdeu a inscrição no vestibular da Universidade Federal de Roraima (UFRR) da filha. Ela teve que ficar durante quatro horas na fila da lotérica, que se estendeu para o lado de fora do estabelecimento, sob o sol. “Junto com o salário atrasado, deu o limite de pagar o pré-vestibular e eu tive que recorrer à lotérica, mas nas loterias ainda tem o limite de só R$ 1mil por dia”, frisou. A pedagoga relatou que tem pagado as contas de forma fracionada em razão do limite.

Para o comerciante Robert Dias, o pagamento das contas e o saque têm sido o pior procedimento. Ele disse que, na terça-feira, 20, precisou pagar o boleto do carro, a fim de evitar os juros. Após conversar com o gerente, ele realizou o depósito por meio do caixa eletrônico. “Se atrasar o banco não perde, né? Eu que pago os juros, o usuário que paga o pato”, reclamou.  (A.G.G)

Sindicato faz alerta sobre ‘atendimentos exclusivos’

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado de Roraima (Sintraf), Adauto Andrade, a população de Boa Vista deve se atentar em relação aos supervisores de bancos que estão deixando a clientela de alta renda “furar a greve” e tendo atendimento diferenciado da população. Ele frisou que a entidade não é conivente com a situação.

Conforme a denúncia, pela parte da tarde algumas agências abrem para realizar os atendimentos de saque de alto valor, tanto em Boa Vista como em todo o país. “É a prova que o banco não valoriza os clientes. Ele valoriza quem movimenta muito dinheiro. Aquele que tem que pagar a duplicata, que precisa resolver o problema que não gera tanto lucro ao banco não é valorizado. Desrespeita o trabalhador e os clientes”, ressaltou.

O presidente disse que, se alguma pessoa presenciar a permissão dos bancos para a entrada de clientes para tratar de assunto de altos valores, enquanto pessoas carentes – como um aposentado que não consegue realizar seu saque ou que precisa desbloquear o cartão – serem impedidas de entrar, a pessoa deve exigir seus direitos. “Chegue ao responsável e exija um atendimento igualitário, que é o que deve ser”, frisou. (A.G.G)

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