
Situações de assédio e bullying estariam acontecendo dentro da Escola Estadual Euclides da Cunha. É o que denunciam estudantes a FolhaBV. Procurada, a Secretaria de Educação (Seed) garantiu reforço no acompanhamento dos alunos.
Em mensagens enviadas à reportagem, estudantes denunciaram a ausência de apoio psicológico e a gestão da escola não teria dado respostas adequadas às ocorrências. Um dos relatos aponta que, em determinado caso, uma aluna foi assediada e a única medida adotada pela direção foi exigir que o agressor pedisse desculpas publicamente, sem aplicação de penalidades.
“O GEC não tem estrutura emocional nenhuma. Alunas são assediadas e a gestão não faz nada. Já teve assistente de aula assediando as meninas. O bullying é bem presente”, afirmou uma estudante, pedindo para não ser identificada.
Atenção psicossocial e acompanhamento contínuo
Procurado pela reportagem, o Departamento Psicossocial (DIPSE), da Seed, informou que psicólogos estiveram na escola nessa quinta-feira (25) e reforçou que as denúncias relatadas pelos alunos não correspondem à atual gestão da unidade.
“Recentemente, houve troca de direção porque entendemos que a gestão anterior não atendia às necessidades. A nova equipe já tem mostrado avanços significativos no acompanhamento dos estudantes”, afirmou Nazaré Sicsú, chefe do DIPSE.
Segundo Sicsú, a Secretaria prioriza o acolhimento de estudantes em situação de vulnerabilidade, incluindo aqueles que enfrentam quadros de depressão, uso de drogas, violência ou bullying. “Nosso trabalho é intervir, acolher e acompanhar de forma contínua, garantindo que cada estudante tenha um espaço seguro na escola. Esse acompanhamento inclui visitas domiciliares, atendimento psicológico e suporte familiar”, explicou.
Prevenção e valorização da vida
Sicsú destacou que as ações da Seed estão alinhadas com a promoção e valorização da vida. Atualmente trabalham com um protocolo que intensifica as ações nas escolas, por meio dos professores orientadores, um modelo que é praticado apenas em Roraima e Brasília.
“O foco é a prevenção de situações de risco, atendimento psicossocial e acompanhamento contínuo. Cada aluno é acompanhado individualmente para que possamos intervir antes que o problema se agrave”, afirmou.
Meire Melo, assessora Técnica do DIPSE, acrescentou que todos os procedimentos seguem protocolos específicos para proteger estudantes e servidores. “Nos casos de assédio, bullying ou qualquer outra situação de vulnerabilidade, o servidor é afastado se necessário, a família é orientada e o aluno recebe atenção imediata. Todo o acompanhamento é documentado e monitorado”, explicou.
Ampliação da equipe e fortalecimento do atendimento
A rede estadual conta atualmente com cerca de 20 psicólogos e dois assistentes sociais. A contratação, que ocorreu por seletivo em 2023, segundo o DIPSE, auxiliou no atendimento da demanda crescente nas escolas estaduais. Conforme a chefe do departamento, a gestão prevê novas seleções para aumentar ainda mais a capacidade de acompanhamento, garantindo que todos os estudantes tenham apoio adequado.
“Hoje temos uma equipe estruturada, capaz de atender as demandas psicossociais dos alunos, com acompanhamento diário e atuação preventiva. O objetivo é criar um ambiente escolar seguro, acolhedor e capaz de reduzir casos de assédio, bullying e vulnerabilidade emocional”, afirmou Sicsú.
A Seed enfatizou que os protocolos e o acompanhamento psicossocial são construídos de forma dinâmica, permitindo ajustes conforme a necessidade de cada unidade escolar. Segundo a pasta, a atenção contínua e a formação dos profissionais de educação são determinantes para que os estudantes se sintam protegidos e acolhidos.