LEO DAUBERMANN
“Foi um divisor de águas na minha vida, com certeza”. É assim que Danielle Andressa Araújo Mesquita, 18, define o intercâmbio feito nos Estados Unidos, em janeiro deste ano, por meio do Programa Jovens Embaixadores, promovido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Danielle acaba de se formar no curso Técnico em Secretariado do Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV-IFRR) e pretende fazer faculdade de Relações Internacionais e continuar na carreira de diplomacia.
“Sempre tive muito interesse em conhecer o mundo e, ao mesmo tempo, transformar a sociedade por meio de ações sociais. E é exatamente o que o programa busca: jovens embaixadores que são exemplos em suas comunidades. Eu li sobre o programa, achei incrível e me inscrevi. Foi uma experiência transformadora, de muito crescimento pessoal, um divisor de águas em minha vida, com certeza”, falou.
Danielle é autodidata e conta que nunca chegou a fazer nenhum curso de idioma, e que a paixão pela música herdada do pai foi a grande responsável pela fluência na Língua Inglesa. “Desde criança, ouço música internacional. Meu pai sempre colocou para eu ouvir. Com 14 anos, passei a ter interesse, de fato, na Língua Inglesa, quando virei fã de uma banda internacional e acabei criando um fã-clube. As publicações quase diárias eram em Inglês e foi esse contato com a música, além de filmes a que assisto sempre, que me deram a fluência que tenho hoje”, disse.
De acordo com Danielle, durante todo o período em que esteve nos EUA, foi trabalhado muito o autoconhecimento dos jovens por meio de workshops sobre inteligência emocional e convivência em grupo.
“O contato com outro idioma, 24 horas do dia, foi enriquecedor. Na capital, Washington, DC, tivemos a oportunidade de estudar temas relacionados à justiça social, racismo, todos os tipos de preconceito e como lutar contra eles e trazer mudanças na sociedade, para que a gente possa melhorá-la”, destaca.
“O mais bacana é que o programa te dá todo o conhecimento e o caminho a ser percorrido, caso você queira fazer uma faculdade fora do país. Eu sou muito grata por ter participado, foi minha primeira viagem internacional, na verdade, foram minhas primeiras viagens de avião e ganhei uma bagagem cultural que poucos têm oportunidade de ter”, completa.
FAMÍLIA AMERICANA – Nas duas últimas semanas nos EUA, os 50 jovens embaixadores são divididos em grupos e cada um deles vai para uma cidade diferente. Danielle foi para Seattle, no estado de Whashigton, onde ficou hospedada, na companhia de outra jovem embaixadora, na casa de uma família americana. “Fomos muito paparicadas, o casal tem quatro filhos, um casal de gêmeas da nossa idade, e dois meninos um pouco mais novos. Foi muito legal, porque elas estavam o tempo todo com a gente e os meninos eram muito divertidos”, disse.
JOVENS EMBAIXADORES – O programa de intercâmbio foi criado em 2002 pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em parceria com organizações públicas e privadas, para beneficiar alunos brasileiros da rede pública de ensino que são exemplos em suas comunidades nos quesitos liderança, atitude positiva, trabalho voluntário, excelência acadêmica e conhecimento da Língua Inglesa.
Neste ano, foram 17 mil inscrições e 50 jovens selecionados, que viajaram em janeiro, para um intercâmbio de três semanas nos EUA, com tudo pago. Durante a primeira semana, visitaram a capital do país, Washington, seus principais monumentos, participaram de reuniões em organizações dos setores público e privado, visitaram escolas e projetos sociais, além de participarem de um curso sobre liderança e empreendedorismo jovem.
PROJETO SOCIAL – Danielle se encaixa na filosofia do programa, pois, além de dominar a Língua Inglesa, participou, enquanto cursava o Técnico em Secretariado, de um importante projeto de cunho social, o “Stars”, desenvolvido pelos alunos do curso e coordenado pela professora Naronete Nogueira. O projeto visa promover a prática do Inglês com apresentações de músicas internacionais e tem como meta arrecadar donativos para serem doados a instituições sem fins lucrativos.