Cotidiano

Adolescentes são vítimas de crime virtual

Dez vídeos foram compartilhados nas redes sociais desde maio com a intenção de difamar jovens de 16 a 19 anos, no Sul do Estado

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Um grupo de jovens e adolescentes, de 16 a 19 anos, prestou queixa na Delegacia de Polícia Civil de Rorainópolis, Sul do Estado, após terem nomes e fotos publicadas em vídeos que difamam e caluniam a imagem deles nas redes sociais. O Boletim de Ocorrência foi registrado, na semana passada, com a finalidade de formalizar um pedido de investigação policial para que se chegue aos autores dos vídeos.

Conforme os denunciantes, desde o final do mês de maio que algumas publicações com imagens de adolescentes e textos, “que desmoralizam e abalam psicologicamente”, estão sendo compartilhadas. “Eu não sei qual a intenção de quem fez isso, mas nada do que disseram a meu respeito é verdade. Eu sou evangélica, não me escondo atrás de religião e nem tenho namorado. Como podem falar que faço o que eu não fiz? Não tenho vida sexual. Se fosse verdade, eu não me preocuparia, mas tenho amigos e meus pais ficaram muito entristecidos, por isso procurei a polícia e fiz um boletim de ocorrência. Na minha opinião, quem compartilha também comete crime”, declarou uma das vítimas adolescente.

Outra produção chamou a atenção por conter rapazes como personagens do vídeo. A legenda das fotos colocava em exposição a condição sexual e atos  que supostamente são praticados por eles. “Eu não devo nada a ninguém, trabalho todos os dias para comer, me vestir, pagar meu transporte e ajudar meus pais. Não vejo problemas em ser gay. A única coisa que não aceito é ver minha foto com uma legenda que me deixou desnorteado. Pensei logo nos meus pais, que poderiam ver, e viram, mas não disseram nada. Eles pediram que eu levantasse a cabeça e continuasse a minha vida”, disse um dos adolescentes.

Segundo eles, aproximadamente dez vídeos foram compartilhados nas redes sociais desde o final de maio e início de junho. Dentre as produções há fotos de mães e filhas sendo comparadas. “Eu chorei quando vi que pegaram uma foto do Facebook de uma comemoração que participei com minha filha e escreveram um texto horrível sobre nós duas. Não sei qual o objetivo de tudo isso. Acho que é brincar com a cara da gente”, desabafou.

Outra adolescente disse que sempre teve namorado e que não se relacionou com tanta gente como legendaram em sua foto. “Engravidei do meu namorado. Sei de quem é o filho, não me relacionei com outros homens”, acrescentou.

Algumas vítimas suspeitam quem seja o autor, mas para não atrapalhar as investigações preferem não citar nomes. Todavia, acreditam que a pretensão do criador do vídeo é “envergonhar e atacar a imagem diante da comunidade”, que tem cerca de 30 mil habitantes. (J.B)

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