Cotidiano

Administrador diz que cemitério foi projetado para atender por 120 anos

Após a notícia de que o cemitério municipal de Boa Vista está lotado e que para realizar um sepultamento no Parque Cemitério Campo da Saudade seria cobrado um valor a partir de R$ 5 mil aos familiares, o administrador do único cemitério particular da Capital, Anselmo Martinez, informou à Folha que o local foi projetado para atender a população por 120 anos e que os valores para o procedimento vão de zero a R$ 19 mil, dependendo da escolha do cliente.

O administrador relatou que o cemitério possui cinco setores com subdivisões e cada local tem um valor distinto. O setor Parque, referente à área gramada, onde os corpos são sepultados diretamente sob a terra, custa R$ 9.650,00. No setor de Capelas, onde a área de terras é maior e possibilita que a família construa uma capela, os valores variam de R$ 3.700,00 a R$ 19.200,00. No setor Nobre são realizados os sepultamentos em túmulos, tanto das pessoas carentes como das que não são. O cemitério possui os setores Nobre adulto, infantil e recém-nascido.

Conforme o Livro de Sepultamento do local, mais de 50% dos enterros realizados são cedidos pelo próprio cemitério. “Estamos com 28 anos de cemitério. Dentro do cronograma, estamos hoje 3% abaixo do índice de ocupação previsto. A margem oscila entre 5% e 8% devido a vários problemas sociais”, disse. Na pior das hipóteses, Martinez ressaltou que o cemitério ainda atende Roraima por 92 anos.

“Boa Vista não tem problema de cemitério. A questão de fazer ou não outro é questão política. Não se pode dizer que porque um tipo de sepultamento custa cinco mil que é preciso fazer outro cemitério”, frisou. O administrador informou que o cemitério é uma empresa particular que coloca à disposição da população opções de sepultamento, entre eles o gratuito. Só no dia 1º de janeiro deste ano, foram realizados quatro sepultamos, dos quais três foram cedidos.

Martinez salientou que a atual legislação ainda é a mesma de quando o cemitério foi aberto, em agosto de 1988. Ele pontuou que, de acordo com a lei, a empresa não tem a obrigação de ceder área para sepultamento de indigentes. Mesmo assim, acrescentou que, no mesmo ano da abertura, foi criado o Regulamento Interno do Campo da Saudade, no qual diz que, para qualquer família que chegar ao cemitério e for carente, será dada gratuitamente uma sepultura por cinco anos.

Apesar de não ser financeiramente viável, Martinez pontuou que os seres humanos devem contribuir junto à sociedade. “Se eu posso ceder uma sepultura para que uma pessoa faça o enterro de um parente, de forma digna, atendendo à religiosidade e à cultura, eu vou fazer”, frisou.

HISTÓRIA – Inaugurado no dia 18 de agosto de 1988, o Parque Cemitério Campo da Saudade tem dois meses a mais que o Estado. Após a fase de estudo e projeção para se estruturar como cemitério, o local foi feito para atender a população, o Estado e a própria empresa por 120 anos.

CREMATÓRIO – À Folha, o administrador do Parque Cemitério Campo da Saudade, localizado na Avenida Centenário, no bairro Centenário, zona Oeste, Anselmo Martinez, explicou que existem tecnologias que não estavam disponíveis na época da inauguração do local, em 1988, e que serão implantadas no cemitério particular, como a cremação de corpos.

Com a instalação, Martinez relatou que será possível fazer com que o período de 92 anos de atendimento possa se estender por mais 40 ou 50 anos, já que no momento da cremação, um espaço do terreno não é ocupado. “Estamos fazendo um investimento alto. Provavelmente até final deste ano ou no 1º semestre de 2018, o crematório vai estar funcionado”, disse. Os valores ainda não foram definidos. (A.G.G)

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