O Plano de Ação estabelecido entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) para a erradicação da febre aftosa no estado ainda não foi concluído, conforme a Superintendência Federal de Agricultura em Roraima (SFA-RR).
Segundo o responsável pelo Programa de Erradicação da Febre Aftosa da Superintendência em Roraima, Américo Monteiro, o Estado deveria cumprir 80% das 14 metas do plano para a auditoria vir novamente. Contudo, fontes seguras informaram à Folha que apenas 67% do plano foram executados até então.
Segundo Monteiro, a última auditoria dos servidores do MAPA ocorreu em novembro de 2015 e, após a vinda, coube à superintendência realizar o acompanhamento do plano. A última supervisão ocorreu nas duas últimas semanas de julho e o relatório já foi encaminhado à coordenação de Brasília, onde será efetuada uma análise para saber se as ações já executadas se encaixam no patamar estabelecido de 80%.
“Há uma média estabelecida e o Estado atingiu uma média mínima que já deveria ter passado para o status de livre, mas o Ministério entendeu que ainda existem pontos cruciais no sistema que precisam ser melhorados”, disse. “Caso eles não venham, quer dizer que o plano não foi atendido e as metas não foram totalmente cumpridas. O prazo estabelecido encerra agora no final de agosto, podendo ser prorrogado. Isso vai depender do Estado e da análise que o Ministério está fazendo”, relatou.
Para o diretor-presidente da Aderr, Vicente Barreto, as principais metas que o MAPA está avaliando são em relação à estrutura física, recursos humanos e o setor de informática. Ele afirmou que reformas e adaptações estão sendo executadas com recursos próprios do Governo do Estado e levaram um tempo para serem concluídas. “É uma meta que, pelo plano, foi prevista para encerrar no mês de julho, mas ela vai se estender, talvez até o final do ano, uma vez que estão sendo feitas com nossos recursos e até com doação de agricultores”, ressaltou.
Outra meta que ainda não foi finalizada é em relação à informática, abrangendo internet e linhas telefônicas em todos os escritórios e unidades da Aderr, para que seja possível ter segurança de comunicação e o cadastro pecuário possa ser concluído. Três escritórios não estão concluídos: Félix Pinto, localizado no município de Cantá, ao Centro-Leste do Estado, Samaúma e Paredão, ambos no município de Alto Alegre, Centro-Oeste de Roraima.
“Estamos realizando mutirões para que possamos avançar com esses escritórios e concluir o cadastro e assim ter o funcionamento via internet. O produtor vai poder emitir a Guia de Trânsito de Anima (GTA) online. Para isso, precisamos ter a segurança da internet funcionando em todos os escritórios. Temos dificuldade, inclusive topográfica, para instalar as torres em certas unidades, não depende só da gente. Não são processos tão rápidos como gostaríamos que fossem”, frisou Barreto.
O terceiro ponto não concluído é em relação aos recursos humanos. O diretor-presidente informou que estão com um pedido de contratação temporária de mais três veterinários e seis técnicos agrícolas. O trâmite foi autorizado verbalmente pela governadora Suely Campos, pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e está em fase de oficialização do gabinete da Casa Civil para que a Aderr possa iniciar o processo seletivo.
“Estamos esperando a avaliação a ser feita pelo MAPA aqui em Roraima, para que possamos ter uma posição de quando podemos ter a auditoria. É um processo que não é feito rapidamente, eles precisam avaliar.
Acreditamos que para agosto não seja mais possível vir à auditoria, mas isso o ministério vai nos dizer de acordo com a evolução do nosso plano”, frisou Barreto.
WORKSHOP – Na próxima segunda-feira, 15, vai acontecer um workshop em Brasília, Distrito Federal, onde os três Estados que estão pleiteando área livre, Roraima, Amapá e Amazonas estarão reunidos. De acordo com o diretor-presidente da Aderr, Vicente Barreto, no caso de Roraima, o foco estará na questão de segurança nas fronteiras com a Guiana e a Venezuela.
“Junto ao Ministério da Agricultura, nós vamos participar justamente para reforçar as áreas de segurança nas fronteiras do Estado, principalmente na reserva indígena Raposa Serra do Sol e São Marcos. Isso demonstra que o serviço social está avançando e o ministério está atento à nossa evolução”, afirmou.
O presidente acredita que a auditoria virá o mais rápido possível, dentro de um curto prazo e que o Estado terá sucesso, uma vez que são adequações que precisavam ser feitas para dar a segurança sanitária necessária tanto ao Estado, quanto ao MAPA. (A.G.G)