A ação de ajuda humanitária realizada aos imigrantes venezuelanos no início deste mês, promovida pela ONG Fraternidade Sem Fronteiras e o Projeto Canudos, envolvendo 50 voluntários de várias cidades do Brasil, com o apoio de 30 estudantes de Boa Vista, das áreas de medicina, odontologia, fisioterapia, enfermagem, biomedicina e farmácia, será realizada a cada dois meses.
A iniciativa faz parte do projeto “Brasil um coração que acolhe”, do movimento Fraternidade sem Fronteiras, que já mantém um centro de acolhimento para venezuelanos em Boa Vista. A ação teve como saldo positivo a realização de 2.900 atendimentos de vários serviços de saúde, 400 atendimentos odontológicos e a entrega de mais de 5 mil medicamentos para tratamento em diversas áreas de saúde.
Outra ação de destaque foi o início do projeto “Trabalhar para Recomeçar”, que visa criar pontes entre os venezuelanos que precisam trabalhar e quem pode ofertar uma vaga de trabalho. Currículos de cerca de 700 imigrantes foram cadastrados no site da ONG www.fraternidadesemfronteiras.org.br, onde é possível também oferecer ajuda a este projeto.
Na avaliação da coordenadora da caravana em Roraima, Priscila Alexandre, o resultado do cadastro dos venezuelanos foi um dos pontos impactantes para os voluntários que atuaram nesta ação, pois foram encontrados profissionais de diversas áreas, e estão confiantes que serão inseridas dentro do país.
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“Este foi um projeto piloto e o trabalho principal é a manutenção desta plataforma com todos os registros dos trabalhadores, que se encontra na fase de divulgação das várias frentes de serviços que podem ser ocupadas a qualquer momento pelas empresas, e estamos com a expectativa de ótimos resultados. O principal de tudo é o acolhimento fraterno, e o principal de tudo é que daremos continuidade a este processo de cadastramento com melhorias nesta plataforma que foi especificamente desenvolvida para esta ação”, relatou.
Música ajuda a diminuir a saudade dos familiares
O venezuelano Oscar Hernandez, de 46 anos, morava na cidade de Tigre, na Venezuela, e há sete meses em Boa Vista, conta com o apoio das ações humanitárias que são realizadas por diversas instituições para se alimentar e ter um local para se abrigar.
Hernandez foi um dos cadastrados pela ONG Fraternidade Sem Fronteiras e espera ter uma oportunidade para sustentar a família que, preferiu regressar para a Venezuela. “Sou operador de máquinas pesadas e motorista. Para passar o tempo e não lembrar dos momentos difíceis que passei na Venezuela junto com meus familiares, encontrei na música a ocupação para me distrair e, com isso, levar um pouco de alegria a quem se encontra na mesma situação. Ao contrário do que dizem, lá trabalhávamos, mas a situação se complicou quando não era possível manter minha esposa e meus filhos com o salário que ganhava. Espero que possa encontrar uma ocupação e ter de volta minha dignidade”, comentou. (R.G)
