Cotidiano

97% do rebanho bovino de RR está vacinado contra doença

De 6.947 produtores, 213 ainda não possuem registro de vacinação no Estado; produtores que não vacinarem serão multados

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 98,04% do rebanho de bovinos e bubalinos (búfalos) foram vacinados durante a primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a Febre Aftosa em todo o País.

Em Roraima, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) registrou uma abrangência de vacinações de 97% do rebanho estadual. Em todo o Estado, de um total de 6.947 produtores, 213 não possuem o registro de vacinação ainda.

O diretor de Inspeção e Defesa Animal do órgão, Vicente Barreto, afirmou que a primeira etapa de vacinações na região foi ótima e a taxa de inadimplência foi baixa. Em Roraima, a campanha teve início no dia 1º até 30 de abril, mas, por questões climáticas, houve uma prorrogação até o dia 20 de maio.

Barreto explicou que os pecuaristas registrados que não realizaram a vacinação foram notificados até o dia 30 de junho. “Já buscamos os produtores inadimplentes. Quem está nesta situação foi notificado e uma vacinação assistida é remarcada para que sua situação seja regularizada”, relatou.

Quem não vacinou o rebanho ou esqueceu-se de apresentar a nota que comprova a vacina às unidades da Aderr recebe a visita do órgão. Segundo Barreto, a decisão da medida será baseada ainda levando em conta certos fatores, como falta de condições de acesso e até mesmo problemas de saúde que tenham impedido o produtor de realizar a ação.

“A multa é aplicada por propriedade e animal. O valor por propriedade é de R$ 1.140,00 e 0,25 UFERR [Unidade Fiscal do Estado de Roraima] por animal não vacinado. Isso dá cerca de R$ 60 por cabeça”, declarou Barreto.

FRONTEIRAS – Cada município tem uma unidade de controle da Aderr, a quem os grupos de produtores de cada região precisam se reportar. A única exceção é o município de Uiramutã, que possui um escritório de atendimento. “Mas ali não temos problemas porque atuamos através da ‘agulha oficial’ em parceria com o Mapa. Vamos até lá e vacinamos o gado dos produtores na região das terras indígenas e fronteiriças. Lá existem propriedades que estão na linha de divisa com a Guiana e a Venezuela, e o gado transita entre os países”, disse.

No caso da divisa com a Venezuela, a vacinação é feita nas reservas indígenas brasileiras e, em alguns casos, a Aderr realiza o trabalho em todo o rebanho próximo dentro do país vizinho, em conjunto com o veterinário oficial do Estado Bolívar. “Como a Guiana está em status livre sem vacinação, não podemos vacinar os animais que estão na linha de fronteira dali”, explicou.

STATUS – O diretor lembrou que é muito mais viável o produtor vacinar e manter seu rebanho em segurança do que receber notificações do órgão. “Nós fiscalizamos o processo, mas a segurança serve para o próprio patrimônio daquele produtor. Felizmente, podemos dizer que o País avançou bastante e Roraima já está pleiteando a área livre de aftosa”, anunciou.

Segundo Barreto, a tendência é que a produção local posteriormente possa abrir mercados devido à imunização do rebanho contra a doença que causa um prejuízo econômico muito grande na pecuária. “As portas abrirão quando tivermos esta segurança sanitária”, frisou.

Agora, a direção da Aderr espera uma auditoria, marcada para a primeira quinzena de novembro junto ao Mapa, para que o Estado cumpra as exigências do Ministério da Agricultura. “Assim, iremos evoluir de estado de médio risco da febre aftosa para o status de livre com vacinação”, concluiu. (J.P.P)